Bispo, Santo+ 371
12 de Abril
Zeno nasceu na Mauritânia, mas cedo veio viver para o norte da Itália, mais precisamente em Verona, cidade da qual foi nomeado bispo, provavelmente em 362, durante o reinado de Juliano.
Bom e santo bispo, combateu ferozmente a heresia ariana que se tinha espalhado pela cidade e conseguiu até mesmo reduzi-la nas regiões vizinhas onde o paganismo estava muito mais enraizado.
Ele opôs-se corajosamente ao arianismo — mesmo durante o reinado de Juliano, o Apóstata — e defendeu a eterna geração do Verbo, em íntima união com o Espírito Santo o Filho e o Pai.
O seu sucesso deve-se em parte à sua notável capacidade como orador.
Zeno atraía multidões com os seus sermões, 93 dos quais ainda existem, e constituem a mais antiga colecção de homilias em Latim.
De facto as multidões eram tão massivas que Zeno foi obrigado a construir uma catedral maior. Cada Páscoa muitos corações eram convertidos e baptizados na nova fé. Ele pregava frequentemente para um grupo de freiras que viviam num Convento em Milão e (muito antes de Santo Ambrósio) ele já encorajava as virgens que viviam em casa a se consagrarem.
Enquanto Zeno tinha a reputação de um pastor muito trabalhador que com o maior zelo construía igrejas, ele é lembrado primeiramente com um escritor eclesiástico especialmente em tópicos como a virgindade de Maria no nascimento do Senhor. Seus sermões são de especial interesse para a informação, e fornecem ao ensinamento do Cristianismo, organização, culto, adoração e a vida no século IV. Ele salientava a importância dos sacramentos para vida cristã.
Para ele o Baptismo era o “Sacramento que de verdade chama os homens mortos para a vida”.
Os seus sermões — ou tratados, recopiados após a sua morte — atestam do seu zelo pela sã doutrina e do seu carinho para com o rebanho que lhe fora confiado. Merece especial relevo o sermão dedicado às três virtudes teologais e é certamente uma das primeiras obras a pôr em relevo essas três virtudes cristãs, que são inseparáveis.
Embora seus sermões nunca mencionaram a Eucaristia ele indirectamente enfatizava a sua importância ao falar “do precioso pão e o vinho que vem da mesa do Pai ” e advertia ao seu rebanho que “nunca deviam tomar o Sacrifico sem estar preparado porque oferecer o sacrifico sem preparo era sacrilégio e tomando-o assim era mortal”. São Zeno oferece um conselho prático para a vida cristã. Ele nota que a fé na verdade revelada por Deus era necessária, mas importante para a eterna salvação era a caridade.
Segundo certos autores ele “vivia à maneira dos Apóstolos” e alimentava-se do fruto do seu trabalho, indo mesmo à pesca no rio Ádige, para de lá tirar o peixe necessário ao seu sustento, razão pela qual nas suas imagens sempre se encontra um peixe.
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