quarta-feira, 30 de março de 2011

AMÓS DE TÉCUA

Profeta, Santo
783-743 a.C

31 de Março

Entre os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias, Isaías, Jeremias e outros. Com o desenvolvimento e a popularização da escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C., as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da palavra do Criador.

Profetas são pessoas com os pés no chão, profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade. Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus. Por isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a vontade de Deus.

Assim, aconteceu com as profecias de Amós que ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal. Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade, Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá, não há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes proporções. Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo, pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.
Teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.

Julgam os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.

Seu ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte, que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de prosperidade. Esta que foi construída por alguns para si mesmos, enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura; por outro, empobrecimento e miséria.

E Amós deixa claro que junto à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o grande pecado: a injustiça social.

GUIDO DE POMPOSA

Monge beneditino, Abade, Santo
+ 1046

31 de Março

Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos académicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direcção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu director o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como músico era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como director espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de Março de 1046.

Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spire. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua actuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

ACÁCIO AGATÂNGELO

Bispo de Antioquia, Santo
† 250

31 de Março

Santo Acácio, cognominado Agatângelo, isto é, bom Anjo, viveu como bispo de Antioquia quando Décio era imperador romano. Em Antioquia existiam muitos Marcionitas, que abandonaram a religião, quando os católicos guiados pelo bispo, ficaram firmes na fé. O próprio bispo, por motivos de religião, foi citado perante o tribunal de Marciano. Este lhe disse: "Tens a felicidade de viver sob a protecção das leis romanas. Convém, pois, que honres e veneres nossos príncipes, nossos defensores". Acácio respondeu-lhe: "Quem poderá ter nisso mais interesse que os cristãos, e por quem o imperador é mais amado, senão por eles? É a nossa oração constante, que tenha longa vida aqui no mundo, governe com justiça os povos e lhe seja conservada a paz; nós rezamos pela salvação dos soldados e de todas as classes do império".

Marciano: "Tudo isto é muito louvável, mas para dar ao imperador uma prova de submissão, vem comigo e oferece o sacrifício aos deuses". Acácio: "Já te disse que faço oração ao supremo Deus pelo imperador; este, porém, como criatura nenhuma, não poderá exigir de nós que lhe sacrifiquemos". Marciano: "Diz-me, pois, a que Deus adoras, para que possamos acompanhar-te em tuas orações". Acácio: "Oxalá o conheças!" Marciano: "Que nome tem ele?" Acácio: "É o Deus de Abraão, Isaac e Jacob" Marciano: "São deuses também?" Acácio: "Não são deuses, mas homens a quem Deus se comunicou. Há um só Deus a quem é devida toda a oração". Marciano: "Afinal, quem é esse Deus?" Acácio: "É o Altíssimo, que tem seu trono sobre Querubins e Serafins" Marciano: "Que coisa é Serafim?" Acácio: "Um mensageiro do altíssimo e príncipe dos mais distintos da corte  celestial". Marciano: "Deixa de contar-nos as tuas fantasias. Abandona aqueles seres invisíveis e adora aos deuses visíveis". Acácio: "Diz-me que deuses são" Marciano: "É Apolo, o salvador dos homens, que nos defende contra a peste e a fome, que ilumina e governa o mundo" Acácio: "Eu adorar a Apolo, que não pode salvar-se a si mesmo; a Apolo, cujas paixões inconfessáveis são conhecidas por Dafne e Narciso; a Apolo que, como um companheiro de Neptuno, trabalhou como pedreiro, para ganhar pão; eu adorar a Apolo? Pelo mesmo motivo podia queimar incenso a Esculápio, vítima do assassino Júpiter, à lúbrica Vénus e a outros aventureiros do vosso culto. Isto eu nunca farei, embora custe a minha vida. Como poderia adorar divindades, cuja imitação é uma vergonha e cujos imitadores são punidos pela lei?" Marciano: "Sei que vós cristãos, injuriais os nossos deuses. Por isso eu te ordeno que me acompanhes ao banquete, que será dado em homenagem a Júpiter e Juno" Acácio: "Poderia eu adorar um homem, cujo túmulo ainda existe na ilha de Creta? Por acaso ressuscitou?" Marciano: "Basta de palavras: escolhe entre o sacrifício ou a morte" Acácio: "Esta é a linguagem dos salteadores na Dalmácia: a bolsa ou a vida! Nada. Nada receio; se fosse eu um adúltero, salteador ou ladrão, eu mesmo me julgaria; se, porém, me condenam por ter adorado a Deus vivo e verdadeira, a injustiça está ao lado do juiz". Marciano: "Tenho ordem de obrigar-te ao sacrifício ou punir tua desobediência" Acácio: "Ordem minha é não negar a Deus; devo obedecer Deus poderoso e eterno que disse que negará perante seu Pai àquele que negar diante dos homens" Marciano: "Estás confessando o erro da tua seita, em dizer que Deus tem um filho". Acácio: "Sem dúvida, que tem". Marciano: "Quem é este Filho de Deus?" Acácio: "A palavra da verdade e da graça". Marciano: "Este é seu nome?" Acácio: "Não me perguntes pelo seu nome, mas quem era" Marciano: "Qual é pois seu nome?" Acácio: "Jesus Cristo". Marciano: "De que esposa Deus teve este filho?" Acácio: "Deus tem seu filho, não de maneira humana, gerado de mulher; pois o primeiro homem foi criado por suas mãos. De limo da terra formou o corpo humano e deu-lhe um espírito. O Filho de Deus, o Verbo da Verdade, saiu do coração de Deus, como está escrito: meu coração produziu boa palavra". (S. 44,1).

Marciano insistiu que sacrificasse aos deuses e imitasse os exemplos dos Montanitas, dando assim um bom exemplo de obediência. Acácio, porém, respondeu: "O povo obedece a Deus e não a mim" Marciano: "Diz-me os nomes daqueles que compõem o teu povo" Acácio: "Estão escritos no livro da vida" Marciano: "Onde estão os feiticeiros teus companheiros e pregadores de nova doutrina?" Acácio: "Ninguém condena a feitiçaria mais do que nós a condenamos" Marciano: "Esta nova religião, que introduzis, é feitiçaria" Acácio: "É feitiçaria atirar ao chão ídolos feitos por mão humana? Nós temos medo só daquele, que é Senhor do Universo, que nos ama como um Pai, que como Pastor misericordioso, nos salvou da morte e do inferno". Marciano: "Diz-me os nomes que te pedi, se quiseres poupar-te dos tormentos". Acácio: "Aqui estou diante do tribunal. Desejas saber o meu nome e dos meus companheiros. Como vencerás os outros, se eu sozinho te envergonho? Pois seja feita a tua vontade. Eu me chamo Acácio, ou Agatangelo, e com este nome sou mais conhecido. Meus companheiros são Piso, bispo de Tróia e o sacerdote Menandro. Agora faz o que entenderes" Marciano: "Hás de ficar preso, até que o imperador tenha tomado conhecimento do teu processo".

Décio ficou comovido pela leitura das actas e concedeu a Acácio plena liberdade no exercício da religião. Ignora-se a data da morte do Santo. Os gregos, egípcios e todas as Igrejas do Oriente celebram-lhe a festa no dia 31 de março.

LEONARDO MURIALDO

Sacerdote salesiano, Fundador, Santo
1828-1900

30 de Março

Leonardo Murialdo nasce em Turim no ano de 1828, oitavo filho de uma família rica. Órfão de pai com apenas quatro anos, recebe, contudo uma ótima educação cristã no colégio dos Escolápios de Savona. Na juventude, atravessa uma profunda crise espiritual que o levará à conversão e à descoberta da vocação sacerdotal. Inicia em Turim os estudos filosóficos e teológicos. Começa a trabalhar, nesses anos, no oratório do Anjo da Guarda, dirigido pelo primo, o teólogo Roberto Murialdo. Graças a essa colaboração toca com as mãos as problemáticas da juventude de Turim: meninos de rua, encarcerados, limpadores de chaminés, serventes de bar.

Em 1851 é ordenado sacerdote. Começa a trabalhar em estreito contato também com o Padre Cafasso e com Dom Bosco, e deste último aceita a direção do Oratório São Luís. Leonardo respira o sistema preventivo, encarna-o e aplica-o em todas as suas futuras obras educativas. Em 1866 aceita a direção do Colégio Pequenos Artesãos de Turim, dedicado à acolhida, à formação humana, cristã e profissional de jovens pobres e abandonados. Faz inúmeras viagens pela Itália, França e Inglaterra para visitar instituições educativas e assistenciais, para aprender, confrontar e melhorar o próprio sistema educativo. Figura entre os promotores das primeiras bibliotecas populares católicas e da União dos Operários Católicos, de que será por longos anos assistente eclesiástico.

Em 1873, com o apoio de alguns colaboradores, funda a Congregação de São José (Josefinos de Murialdo). Sua finalidade apostólica é a educação da juventude, especialmente pobre e abandonada. Abre oratórios, escolas profissionais, casas-família para jovens trabalhadores e colônias agrícolas, aprofunda o seu trabalho nas associações leigas, especialmente no campo da formação profissional dos jovens e da boa estampa. Seu lema: Fazer e calar. Foi homem de espírito e de oração, contemplativo na ação como Dom Bosco. Por volta de 1884 foi atingido por diversos ataques de broncopneumonia: Dom Bosco foi dar-lhe uma bênção e, apesar das provações e perturbações, viveu ainda até 1900. Paulo VI proclamou-o Beato em 1963 e santo em 3 de maio de 1970. A perda do pai em tenra idade levou Leonardo também a ser pai e guia dos jovens que o Senhor lhe quis confiar. A sua vida, o seu estilo e a sua ação colocam-no ao lado do seu amigo e modelo São João Bosco.

Beatificado em 1963
Canonizado em 3-5-1970

JOÃO CLIMACO

Abade, Padre do deserto, Santo
525-605

30 de Março

S. João Clímaco é o autor da “Escada Celestial”. Ele foi para o Monte Sinai quando era um jovem de dezesseis anos e permaneceu lá, primeiro como um postulante em obediência, depois como recluso, e finalmente como abade do Sinai até os oitenta anos. Ele faleceu por volta do ano 605.

Seu biógrafo, o monge Daniel, diz a respeito dele: “Seu corpo ascendeu às alturas do Sinai, enquanto sua alma ascendeu às alturas celestiais.”

João permaneceu em obediência a seu pai espiritual, Martírio, por dezenove anos. Observando o jovem João, Anastácio do Sinai profetizou que ele se tornaria o abade do Sinai. Após a morte de seu pai espiritual, João se afastou para uma caverna, onde viveu uma difícil vida de ascetismo por vinte anos. Certo dia, seu discípulo, Moisés, adormeceu debaixo de uma enorme pedra. João, orando em sua cela, viu que seu discípulo estava em perigo e orou a Deus por ele. Quando Moisés retornou mais tarde, se ajoelhou e agradeceu a seu pai espiritual por ter lhe salvado da morte certa. Ele lhe contou como, em sonho, ouviu João lhe chamando e rapidamente se levantou. Naquele momento a pedra caiu. Se ele não tivesse se levantado, a pedra teria lhe esmagado.
Por insistência da irmandade, João concordou se tornar o abade, e ele encaminhava a salvação das almas dos homens com zelo e amor. João ouviu de alguém uma repreensão de que falava demais. Ele não ficou com raiva por causa disso, mas no entanto permaneceu em silêncio por um ano inteiro até que os irmãos lhe imploraram que voltasse a falar e lhes ensinasse sua sabedoria dada por Deus.

Em certa ocasião, quando seiscentos peregrinos vieram ao Mosteiro do Sinai, todos viram um jovem ágil vestido com trajes judeus servindo uma mesa e dando ordens aos outros servos e lhes dando tarefas. De repente este jovem desapareceu. Quando todos perceberam isto e começaram a inquirir, João lhes disse: “Não o busqueis, pois este era o profeta Moisés servindo no meu lugar.”

Durante o período de seu silêncio em sua caverna, João escreveu muitos livros importantes, dos quais o mais glorioso é “A Escada.” Este livro é lido por muitos até hoje. Nele João descreve o método de elevar a alma a Deus, como subindo uma escada. Antes de sua morte, João designou Jorge, seu irmão de sangue, como abade. Jorge sofreu muito por se separar de João. Então João lhe disse que, se ele (João), fosse digno de estar perto de Deus no outro mundo, que oraria a Ele para que Jorge também fosse levado ao céu naquele mesmo ano. E assim aconteceu. Após dez meses Jorge o seguiu e foi habitar entre os cidadãos do céu como seu irmão mais velho, João.

segunda-feira, 28 de março de 2011

JOÃO HAMBLEY

Sacerdote, Mártir, Beato
+ 1587

29 de Março

Nascido em 1560, João Hambley era protestante. Quando tinha aproximadamente vinte anos, um amigo emprestou-lhe um livro que tratava da religião católica e cuja leitura o levou a adoptar esta fé e a deslocar-se ao estrangeiro para ser padre.
De volta à Inglaterra em 1586, João foi preso e condenando à morte, mas perdendo a coragem, aceitou de voltar à religião protestante. Uma vez libertado, ele voltou à fé católica e foi uma vez mais preso, acabando por obter a sua saída da prisão acusando outros católicos.
Em 1587, foi de novo feito prisioneiro e nessa ocasião alguém lhe entregou uma carta que ele leu, mas nunca revelou o conteúdo da mesma. A partir daquele momento, exprimiu sempre a sua fé, mostrando remorsos pela sua instabilidade passada e aceitou corajosamente o martírio em Salisbury, na Inglaterra sob o regime de Isabel I, num dia desconhecido do mês de Março, por volta da Páscoa do Senhor. Foi condenando à forca, partilhando assim os sofrimentos de Cristo.
Ele faz parte do grupo de mártires beatificados por João Paulo II no dia 22 de Novembro de 1987.

SEGUNDO DE ASTI

Soldado, Mártir, Santo
+ 119

29 de Março

Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.
Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão.
Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.
Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.
Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano 119.
No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março.

domingo, 27 de março de 2011

JOSÉ SEBASTIÃO PELCZAR

Bispo, Fundador, Santo
1842-1924

28 de Março

Nasceu em 17 de Janeiro de 1842 em Korczyna, uma pequena aldeia no sopé dos montes Carpazi, junto de Krosno. Passou a infância na aldeia natal, crescendo numa atmosfera impregnada da antiga religiosidade polaca que reinava em casa de seus pais, Adalberto e Mariana Miesowicz. Estes, avisados da inteligência excepcional de seu filho, depois de dois anos na escola de Horczyna, convidaram-no a prosseguir os estudos na de Rzeszów e, em seguida, no Liceu.
Quando era estudante liceal, José Sebastião tomou a resolução de se dedicar ao serviço de Deus, porque, como podemos ler no seu diário, "os ideais terrenos vão-se desvanecendo, vejo o ideal de vida no sacrifício e o ideal do sacrifício vejo-o no sacerdócio". Entrou no Seminário Menor e, em 1860, iniciou os estudos teológicos no Seminário Maior de Przemysl.
Foi ordenado sacerdote em 17 de Julho de 1864, tendo sido vigário da paróquia de Sambor durante um ano e meio. De 1866 a 1868 estudou em Roma no Colégio Romanum, (hoje Universidade Gregoriana) e no Instituto de Santo Apolinário (hoje Universidade Lateranense), desenvolvendo a sua cultura e o seu amor à Igreja e ao Papa. Depois de voltar à sua pátria, ensinou no Seminário de Przemysl e, depois, durante vinte e dois anos, na Universidadede Jagelónica de Cracóvia. Teve fama de homem culto, óptimo professor, organizador e amigo dos Jovens, tendo sido director da Faculdade de Teologia. Como sinal de reconhecimento foi nomeado Reitor da Universida de Almae Matris de Cracóvia (1882-1883).
Desejando realizar o ideal de "sacerdote polaco que põe generosamente a sua vida ao serviço do próximo", não se limitou a desenvolver um trabalho científico, mas dedicou-se apaixonadamente a uma actividade social e caritativa. Tornou-se membro activo da Sociedade de São Vicente de Paulo e da Sociedade de Educação Popular, de que foi presidente. Nesse período, a Sociedade de Educação Popular fundou centenas de bibliotecas, organizou cursos gratuitos e distribuiu pelas pessoas mais de cem mil livros. Por sua iniciativa, em 1891, foi fundada a Confraria da Santíssima Virgem Rainha da Polónia, com fins religiosos, sociais e ajuda aos artesãos, pobres, órfãos e doentes, de modo especial os desempregados.
Perante os graves problemas sociais do tempo e seguro de interpretar a vontade de Deus, fundou em 1894 a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus, em Cracóvia; o seu carisma era a difusão do Reino de amor do Coração de Jesus. Desejava que as Irmãs da nova Congregação fossem sinal e instrumento desse amor para com as jovens necessitadas, os doentes e quantos estivessem em necessidade.
Em 1899 foi nomeado Bispo Auxiliar de Przemysl e, um ano depois, com a morte de D. Lucas Solecki, titular da Diocese, onde trabalhou durante vinte e cinco anos, com grande zelo pela almas que lhe estavam confiadas.
Apesar da sua pouca saúde, dedicou-se empenhadamente em actividades religiosas e sociais. Visitava frequentemente as paróquias, promovia o nível moral e intelectual dos sacerdotes, dando-lhes o exemplo de uma piedade profunda, que se exprimia no culto do Sacratíssimo Coração de Jesus e de Nossa Senhora. Convidava os fiéis a participar assiduamente nas funções eucarísticas e, graças aos seus esforços, durante o seu episcopado, cresceu o número de novas igrejas e capelas, enquanto outras eram restauradas. Mau grado a situação política desfavorável, presidiu a três sínodos diocesanos, pondo as bases para novas iniciativas, tornando-as ainda mais estáveis e duradouras.
Identificou-se com as necessidades dos seus fiéis, cuidando dos mais pobres; criou jardins de infância, refeições para pobres, casas para os sem tecto, escolas profissionais para jovens moças, ensino gratuito no Seminário para os rapazes pobres, além de outras iniciativas. Olhou com atenção para os problemas dos operários, emigrantes e alcoólicos. Em cartas pastorais, artigos e numerosas intervenções, indicava sempre a necessidade de atender ao ensinamento social de Leão XIII.
Dotado por Deus de diversos dons, não os escondia, antes os multiplicava e fazia frutificar. Deixou uma riquíssima herança literária, entre obras teológicas, históricas e de direito canónico, também em manuais, livros de oração, cartas pastorais, discursos e homilias.
Morreu na noite de 27 para 28 de Março de 1924, deixando a recordação de um homem de Deus que, apesar das dificuldades do tempo, sempre fazia a vontade do seu Senhor. No dia do seu funeral, dele disse D. António Bystrzionowsky, seu aluno e sucessor na cátedra universitária:  "O falecido Bispo de Przemysl uniu na sua pessoa os atributos e talentos mais belos, assim como um zelo pastoral indestrutível, o espírito de iniciativa, o dinamismo da acção, o fulgor de uma grande ciência e uma santidade de virtudes ainda maior. Foi exemplo  luminoso  de  excepcional  laboriosidade  e  de  entusiasmo sempre jovem".
O Santo Padre beatificou-o em 2 de Junho de 1991, na quarta peregrinação à sua Pátria. É muito venerado naquela que foi a sua Catedral e, muito particularmente, na igreja da Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus, em Cracóvia. Tem a sua memória litúrgica em 19 de Janeiro.
Canonizado no dia 18 de Maio de 2003, Praça S. Pedro, pelo Papa João Paulo II.
Fonte : www.vatican.va/

XISTO III

Papa, Santo
+ 440

28 de Março

Xisto chegou a adoptar uma posição neutra na controvérsia entre pelagianos e semipelagianos do sul da Gália, especialmente contra Cassiano, sendo advertido pelo papa Zózimo. Mas reconheceu o seu erro, com a ajuda de Agostinho, bispo de Hipona, que combatia arduamente aquela heresia, e que lhe escrevia regularmente.
Ao se tornar papa em 432, Xisto III agindo com bastante austeridade e firmeza, nesta ocasião, Agostinho teve de lhe pedir moderação. Foi assim, que este papa conseguiu o fim definitivo da doutrina herege. Esta doutrina pelagiana negava o pecado original e a corrupção da natureza humana. Também defendia a tese de que o homem, por si só, possuía a capacidade de não pecar, dispensando dessa maneira a graça de Deus.
Ele também conduziu com sabedoria uma ação mais conciliadora em relação a Nestório, acabando com a controvérsia entre João de Antioquia e Cirilo, patriarca de Constantinopla, sobre a divindade de Maria. Em seguida, demonstrou a sua firme autoridade papal na disputa com o patriarca Proclo. Xisto III teve de escrever várias epístolas para manter o governo de Roma sobre a Iliría, contra o imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla, com a ajuda deste patriarca.
Depois do Concílio de Éfeso em 431, em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Xisto III mandou ampliar e enriquecer a basílica dedicada à Santa Mãe das Neves, situada no monte Esquilino, mais tarde chamada Santa Maria Maior. Esta igreja é a mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.
Desta maneira ele ofereceu aos fiéis um grande monumento ao culto da bem-aventurada Virgem Maria, à qual prestamos um culto de hiperdulia, ou seja, de veneração maior do que o prestado aos outros santos. Xisto III, mandou vir da Palestina as tábuas de uma antiga manjedoura, que segundo a tradição havia acolhido o Menino Jesus na gruta de Belém, dando origem ao presépio. Introduziu no Ocidente a tradição da Missa do Galo celebrada na noite de Natal, que era realizada em Jerusalém desde os primeiros tempos da Igreja.
Durante o seu pontificado, Xisto III promoveu uma intensa atividade edificadora, reformando e construindo muitas igrejas, como a exuberante basílica de São Lourenço em Lucina, na Itália.
Morreu em 19 de agosto de 440, deixando a indicação do sucessor, para aquele que foi um dos maiores papas dos primeiros séculos, Leão Magno. A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico.

GISELA DA HUNGRIA

Rainha, Abadessa, Santa
+1065

28 de Março

Gisela era filha do duque bávaro, Henrique (O Briguento) e de Gisela de Barganha.
Em 1096 os emissários de Geiza da Hungria vieram a sua casa, para alegria de seus pais, pedir sua mão em casamento. Gisela que se houvera consagrado a Deus no íntimo de seu coração não conseguiu alterar esta situação e assim mudou-se para a corte principesca húngara. Porem sua meta continuava a ser a de levar todo o povo para Cristo.
Gisela foi coroada e ungida como primeira rainha cristã dos húngaros e com ela, seu marido Estevão que se converteu ao cristianismo por sua influência.
Gisela ajudou na construção e nos reparos de Igrejas, construiu a Catedral de Vezprim para a qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia para embelezarem as Igrejas. Porém passou por grandes sacrifícios. Perdeu a primeira filha e, logo depois, o filho. Outras duas filhas se casaram e jamais as reviu por partirem para terras muito distantes. Seu filho Américo, que deveria sucedê-la ao trono real, também faleceu.
Mais tarde Estevão foi canonizado pela sua qualidade de vida cristã e suas decisões sempre conformes com as leis divinas, assim como pela sua santidade sempre demonstrada ao longo do seu reinado.
Quanto a Gisela, ela foi também canonizada e colocada na longa lista dos Santos da Igreja Universal e mostrada como exemplo de rainha cristã, de mãe e de esposa exemplares.

FRANCISCO FAA DE BRUNO

Prêtre, Fundador, Beato
1825-1888

27 de Março

No grande cenário dos santos sociais italianos, despontados na região da cidade de Turim, Francisco Faà de Bruno é uma das figuras mais complexas. A maioria deles ingressou na vida religiosa para se formar já na condição de sacerdotes diocesanos. Ele ingressou "tarde" na ordenação sacerdotal, tendo exercido o seu apostolado de laico nos campos fundamentais.
Francisco nasceu na cidade italiana de Alexandria, em 29 de março de 1825, era o caçula dos doze filhos de uma nobre família muito cristã. Aos dezesseis anos, ingressou na Real Academia Militar, com o objetivo de seguir uma carreira no exército. Porém, por ser um cristão convicto, entrou em conflito pessoal com relação à irreligiosidade "de prescrição" decorrente do mundo político-militar. Por isto, doze anos depois trocou a carreira pelo estudo acadêmico das ciências exatas. Viajou à Paris e na universidade de Sorbone, obteve o título de doutor com louvor.
Retornando à sua cidade foi trabalhar como professor de matemática. Em 1871, Faà de Bruno era um conceituado professor da universidade de Turim, sendo o titular da cadeira. Seus trabalhos matemáticos o tornaram famoso em todo o mundo, sendo publicados e traduzidos em vários países. Entretanto, simultaneamente à sua atividade intelectual, Faà de Bruno sempre se manteve em contato e atuando junto às comunidades religiosas. Era amigo pessoal do padre João Bosco que, em Turim, trabalhava para ajudar os meninos que chegavam à procura de um emprego urbano. Dom Bosco patrocinava aos jovens, instrução profissionalizante, religiosa, alojamento e recreação.
Faà de Bruno percebeu que deveria actuar na outra ponta, auxiliando as meninas, que ficavam expostas às armadilhas urbanas, enquanto buscavam a sobrevivência e um emprego. Criou para elas, com um grupo de senhoras, a Obra de Santa Zita que mantinha as jovens sob sua guarda no Conservatório do Sufrágio, uma casa similar às fundadas por Dom Bosco, para os meninos. Não satisfeito, fundou a Tipografia do Sufrágio, que funcionava como escola tipográfica para as jovens. Alí ele imprimia a Revista de Matemática, que era vendida em países e cujas divisas eram revertidas para a Obra.
Em 1867, no pequeno povoado de São Donato, iniciou-se a construção da igreja de Nossa Senhora do Sufrágio, cujo projeto foi feito por ele. Nove anos depois, ele escolheu esta igreja para celebrar a sua primeira Missa. Isto mesmo, Faà de Bruno, o professor, seguindo o conselho de Dom Bosco, desejou ser padre aos cinqüenta anos de idade, e se fez em dez meses, por intervenção directa do Papa Pio IX. Depois, para dar estabilidade à Obra de Santa Zita, o padre fundou em 1881, a ordem religiosa das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora do Sufrágio.
Padre Francisco Faà de Bruno morreu serenamente em 27 de março de 1888. Exatamente um século depois, o Papa João Paulo II, o beatificou, para ser reverenciado no dia de sua morte. As suas relíquias estão guardadas na igreja que ele projetou, em Turim, Itália. As irmãs continuaram a sua Obra e hoje estão presentes na Europa e América Latina.

RUPERTO DE WORMS

Bispo, Fundador, Santo
+ 718

27 de Março

Ruperto era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.
No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.
Nesse terreno, o mosteiro que o bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.
Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.
São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade. Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque alí foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.

JOÃO DAMASCENO

Doutor da Igreja, Santo
675-749

27 de Março

João Damasceno é considerado o último dos Santos padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou.
Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos que acabavam de conquistar também a Palestina. No início da ocupação ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma, o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava alto posto no governo da cidade, sob a administração do Califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.
Dessa maneira, na juventude João, culto e brilhante se tornou amigo do Califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de Gran Visir de Damasco. Mas como era ao mesmo tempo um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas e, desde então, viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e a pregação.
Saia do convento apenas para pregar na Igreja do Santo Sepulcro para defender o rigor da doutrina. Suas homilias depois eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fizeram respeitado no meio do clero e do povo. Ao lado de Gregório II, Bispo de Jerusalém e de Germano, Patriarca de Damasco, defendeu a posição da Igreja contra a iconoclastia decretada pelo Imperador Leão III. O valor que passou para Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.
Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Inclusive o Califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava junto com os cristãos, contra ele. Mandou prende-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.
Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou especialmente à Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição no mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o Papa Leão XIII o proclamou Doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam: "São Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja ocorre no dia 4 de dezembro.

sábado, 26 de março de 2011

BERCÁRIO DE HAUTVILLERS

Abade, Santo
636-696

26 de Março

Dom Pérignon, o frade que inventou
o "Champanhe" em Hautvillers
Bercário nasceu no seio de uma família ilustre da Aquitânia (França) e veio ao mundo em 636.
São Nivardo, arcebispo de Reims (França), encarregou-se da sua educação e fê-lo instruir nas letras e na piedade pour insignes porofessores. A educação que Bercário recebeu inspirou-lhe o desprezo do mundo e das glórias mundanas. Por isso, quando lhe foi possível, retirou-se para a abadia de Luxeuil, então governada por São Valberto.
A sua humildade e fidelidade a preencher os seus deveres quotiadanos, fizeram que rapidamente se distinguisse dos outros religiosos do mesmo convento.
Tendo voltado para Reims, pediu ao se protector, São Nivardo lhe permitisse fundar um convento num lugar retirado, no meio da floresta que então circundava a cidade e as regiões vizinhas. Bercário escolheu um dos pontos mais altos de começou a construcção do mosteiro de Hautvillers  — que mais tarde viria a ser célèbre por nele ter vivido, alguns séculos mais tarde Dom Pérignon, o frade que “inventou” o vinho de Champagne — e, acompahado de mais alguns frades, desde que os trabalhos de construção o permitiram, para ali veio viver na solidão. Os companheiros escolheram-no para primeiro Abade do novo mosteiro, o que Bercário aceitou com muita dificuldade.
Animado do zêlo pela glória de Deus, ele fundou ainda dois outros mosteiros na floresta de Der, na diocese de Châlons-sur-Marne, um chamado Montier-en-Der, para homens e outro em Pellemoutier, para donzelas.
Trouxe de Roma e de Jerusalém, onde foram em peregrinação, diversas relíquias de Santos para as igrejas dos mosteiros por ele fundados. Ao mosteiro de Montier-en-Der, onde estabeleceu residência, duou terras que recebera da sua família, mas acabou por ser vítima do seu zêlo pela salcação das almas.
Com efeito, o monge Dauguin, indignado por causa de uma reflexão justificada que lhe fizera Bercãrio, veio de noite na sua cela e apunhalou-o. O culpado tendo-lhe sido apresentado para que recebesse a devida punição pelo seu acto, apenas ouvio o seu abade pedir-lhe que fizesse penitência e que procurasse fazer uma peregrinação a Roma. Daguin saiu do convento e nunca mais lá voltou.
O Santo viveu ainda dois dias, antes de entregar a Deus a sua bela alma: Bercário morreu no dia 27 de Março de 696.
A sua santidade foi rapidamnte confirmada por numerosos milagres, e a Igreja sempre o considerou como um mártir da caridade e da justiça.
Os seus restos mortais, depois de diversas transladações, foram trazidos para Montier-en-Der, onde foram devotamente conservados até ao momento da Revolução francesa.

Fonte : Alban Butler : Vida dos Padres, Mártires e outros principais Santos… – Tradução : Afonso Rocha.

MADALENA CATARINA MORANO

Religiosa, Beata
1847-1908

26 de Março

Madalena Catarina Morano nasceu em Chieri (Turim), a 15 de novembro de 1847. Ainda muito jovem começou, entre as crianças de sua aldeia, um noviciado de pedagoga que durará toda a sua vida, especialmente depois de ter recebido o seu diploma de professora. Rica de uma experiência didáctica e na catequese, ela pode concretizar, por volta dos trinta anos o seu desejo de consagração, que já lhe vinha da época da sua primeira comunhão. Tornou-se Filha de Maria Auxiliadora em 1879 e pediu ao Senhor a graça “de se manter viva até que tivesse completado a medida da santidade”.
Enviada em 1881 para a Sicília, ela ali começou uma obra fecunda de educação destuinada às meninas e aos jovens dos meios populares. Tornando constantemente “um olhar para o mundo e dez para o Céu” ela abrio na ilha várias escolas e patronatos, pensionatos e ateliers.
Nomeada provincial, ela encarregou-se taùmbém da formação das novas e numerosas vocações, provocados pelo zêlo e pelo clima comunitário que se criava à volta dela. O seu apostolado múltiplo era apreciado e encorajado pelos Bispos, que confiaram ao seu espírito de verdadeira apóstola toda a obra de catequese.
Minada por um temor, a Irmã Morano terminou em Catânia, a 26 de Março de 1908, uma vida cheia de coerência, vivida sempre com a intenção de “nunca pôr obstáculos à acção da graça, por motivos pessoais”. João Paulo II proclamou-a bem-aventurada a 5 de Novemnbro de 1994 nesta mesma cidade da Sicíliua.
Os seus restos mortais são venerados em Alí Marina, perto de Catânia.
Afonso Rocha

LUCIA FILIPPINI

Leiga, Fundadora, Santa
1672-1732

26 de Março

Lúcia nasceu no dia 13 de janeiro de 1672, em Corneto Tarquínia, proximidades de Roma, numa família honrada e abastada. Quando ainda tinha um ano de idade, Lúcia perdeu a mãe e alguns anos mais tarde, o pai. Ela foi entregue, para ser formada e educada, às Irmãs beneditinas e junto delas a menina descobriu o dom que tinha para ensinar.
Muito dedicada aos estudos da Sagrada Escritura, e com a alma cheia de caridade, tomou para si, ainda no início da adolescência a função de ensinar o catecismo às crianças. Tantos eram os pequenos que a procuravam e tão cativante era sua forma de transmitir a Palavra do Senhor, que logo o padre do local a nomeou oficialmente a catequista paroquial. Certo dia, passou pela sua cidade o cardeal Marcantonio Barbarigo, que conheceu Lúcia, reconheceu sua vocação e levou-a para acabar seus estudos com as Irmãs clarissas.
Preparada, foi colocada na liderança de uma missão que ele julgava essencial para corrigir os costumes cristãos de sua diocese: fundar escolas católicas em diversas cidades. Lúcia, em sua humildade, a princípio relutou, achando que a função estava acima de suas possibilidades. Mas o cardeal insistiu e ela iniciou seu trabalho que duraria quarenta anos.
A missão exigiu imensos esforços, tantos foram os sacrifícios a que teve de se submeter. Contudo, nada a afastou da tarefa recebida. Nessas quatro décadas preparou professoras, catequistas, fundou escolas e organizou-as em muitas cidades e dioceses. Quando o cardeal Barbarigo faleceu, as dificuldades aumentaram. Lúcia uniu-se então a outras professoras e catequistas, juntando todas numa congregação, fundou em 1692, o Instituto das Professoras Pias. A fama do seu trabalho chegou ao Vaticano e em 1707, o Papa Clemente XI pediu para que Lúcia criasse uma de suas escolas em Roma.
Lúcia Filippini faleceu aos sessenta anos, no dia 25 de março de 1732, de câncer, mas docemente e feliz pela sua vida entregue à Deus e às crianças, sementes das novas famílias que são a seiva da sociedade. Seu corpo descansa na catedral de Montefiascone, onde começaram as escolas católicas do Instituto das Professoras Pias Filippinas, como são chamadas atualmente.
A festa litúrgica à Santa Lúcia Filippini foi marcada para o dia 26 de março, pelo Papa Pio XI, na solenidade de sua canonização, em 1930. Hoje, as escolas das professoras pias filippinas além de atuarem em toda a Itália, estão espalhadas por todo território norte americano, num trabalho muito frutífero junto à comunidade católica.

LUDGERO DE ZUILEN

Abade, Fundador, Santo
742-809

26 de Março

Ludgero nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, actual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre e, dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colónia, na Alemanha. Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.
Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se baptizassem.
Como consequência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.
A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxónia e em Westfalia. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester, cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro bispo.
Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de Março de 809.
O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério.

quinta-feira, 24 de março de 2011

ANUNCIAÇÃO DO VERBO

Pelo Anjo Gabriel à Virgem Maria


A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galileia, marca o início de toda uma trajectória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os católicos: a Ave Maria.
Maria era uma jovem simples, noiva de José, um carpinteiro descendente directo da linhagem da casa de Davi. A cerimónia do matrimónio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o contacto carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era virgem.
Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu depender da palavra de um frágil ser humana, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade.
Ela aceitou sua parte na missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o destino da Humanidade.
Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua vontade".
Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.
Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.
A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa.