terça-feira, 5 de abril de 2011

JULIANA DE CORNILLON

Virgem, Religiosa, Santa
1193-1258

5 de Abril

Santa Juliana nasceu no ano de 1193, numa aldeia denominada Retinne, situada próxima à cidade de Liège, na Bélgica. Conviveu pouco tempo com os pais, pois ficou órfã com apenas cinco anos de idade. Em decorrência disso, Juliana e sua irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das irmãs agostinianas em Monte Cornillon, onde receberam esmerada educação e viveram piedosamente. Quando completou 14 anos de idade, ingressou definitivamente na comunidade das irmãs agostinianas.

Desde a mais tenra infância,   sempre nutriu muito amor, possuindo em grau elevadíssimo, admirável devoção ao Sacramento da Eucaristia. Deus a preparava e lhe infundia grandes conhecimentos, além do que se tornaria ela um instrumento em Suas mãos para a missão de difundir o valor da Sagrada Eucaristia.

Um dia, no ano de 1208, Juliana quando em oração, teve a visão de um astro, semelhante à lua cheia brilhante, mas com uma pequena incisão preta. Temendo estar sendo vítima de uma ilusão maligna, suplicou ardorosamente ao Divino Mestre que lhe esclarecesse tais visões, as quais passaram a se repetir, consecutivamente, todos os dias. Somente após dois anos foi que Nosso Senhor revelou-lhe o significado: “A lua representa a Igreja e suas festas, e a incisura significa a falta da solenidade, cuja instituição eu desejo, para despertar a fé dos povos e para o bem espiritual dos Meus eleitos. Quero que uma festa especial seja estabelecida em honra ao Sacramento do Meu Corpo e do Meu Sangue.”
Persuadida a realizar a vontade de Deus, porém, no momento em que julgou apropriado, Juliana indicou às autoridades religiosas a missão que havia recebido. Comunicou as aparições a Dom Roberto de Thorote, o então bispo de Liége e ao douto Dominicano Hugh; também comunicou o fato ao bispo dominicano Jacques de Pantaleón que viria, mais tarde, a ser eleito Papa (Urbano IV).
Em 1246, Dom Roberto concedeu aprovação junto ao seu escritório e em 1246, convocou um sínodo, onde requisitou que todos seus padres, religiosos e leigos. Disse a festa do Santíssimo Sacramento seria comemorada na quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade. Mas, em 16 de outubro daquele mesmo ano, o bispo veio a falecer e não pode ver cumpridas suas ordens.

Muitos religiosos, porém, que há tempos haviam se unido em forte oposição à instituição da festa, ficaram aliviados com a morte do bispo Roberto; afirmavam eles que a narrativa de Juliana era fruto da sua imaginação; mediante diversas articulações e mentiras, instigaram a população local e perseguiram implacavelmente a religiosa, que foi mandada para um lugar chamado Namur, por ordem de seu Superior Geral Roger, que também alimentava muitas desconfianças sobre as declarações de Juliana. Mais tarde o Superior perdeu sua posição e Juliana teve autorização para retornar ao mosteiro de Cornillon. No ano seguinte, porém, Roger foi novamente designado a dirigir o mosteiro, tendo Santa Juliana sido enviada novamente para Namur.
Apesar destas articulações, o Cardeal Cher, que era dominicano, decidiu instituir alguns anos depois em toda a diocese, a nova festa dedicada ao Corpo de Deus. A primeira delas foi celebrada na igreja de São Martinho, em Liége. O próprio cardeal foi quem conduziu a celebração, num grande cerimonial, cujos ritos canónicos acabaram sendo adoptados posteriormente por modelo, em toda a Igreja universal.

Santa Juliana estava repleta de alegria, ao ver sua visão feita real. Estava ansiosa para ver a festa em honra ao Santíssimo Sacramento ser estendida à toda a Igreja, mas não viveu o suficiente para isso. Passou os últimos anos numa vida solitária e morreu em Fosses, no dia 5 de abril de 1258.

No ano de 1261, o referido bispo Jacques de Pantaleón veio a assumir o governo da Igreja, sob o nome de Urbano IV. Foi ele que, como mencionado, havia pessoalmente recebido o relato das visões de Santa Juliana, quando era bispo. Sucede que, no segundo ano de seu pontificado, junto à localidade de Bolsena, ao Norte de Roma, ocorreu um grande milagre eucarístico: Um sacerdote que celebrava a Santa Missa, duvidou da presença real de Cristo na Eucaristia e no momento de partir o Pão, viu dele sair sangue, que em seguida foi empapando o corporal. A veneranda relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 1264. Hoje se conservam os corporais, o cálice e a patena, bem como a pedra do altar em Bolsena, manchada com o Sangue de Cristo. O Santo Padre, então, determinou que a festa do Corpo de Cristo fosse estendida a toda a Igreja Universal, através da bula “Transiturus”, de 8 de setembro de 1264, fixando-a para depois da oitava de Pentecostes. Foi nesta época que o Papa Urbano IV encarregou um ofício, designando São Boaventura e São Tomás de Aquino para elaborarem o hino oficial dedicado ao Santíssimo Sacramento (Tantum Ergo Sacramentum). Os hinos seriam por eles apresentados, para que fosse feita a escolha definitiva. No dia indicado, na presença do Pontífice, quando se começou a entoar a música com a letra de São Tomás de Aquino, São Boaventura maravilhado, tomou nas mãos seus apontamentos e os foi rasgando em pedaços.

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