quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

LUIS STEPINAC

Cardeal, Mártir, Beato
1898-1960

Ficará conhecido, na história, o Cardeal Stepinac como paladino da liberdade, uma vez que, mesmo escravizado nas masmorras, pois fora condenado a uma prisão ignóbil, morreu, ele o grande cardeal da Igreja, na sua terra natal, servindo o pároco.
Por tudo isto, pôde escrever Pemán, no dia seguinte à sua morte ocorrida a 10 de Dezembro de 1960: “Em todas estas histórias da liberdade há enormes e equívocas histórias de tirania. Há guilhotinas, pelotões de fuzilamento e governos absolutos. Só o púlpito de Zagreb, batido pelas ondas de tiranias hostis, significou a liberdade de Cristo. Aos eternos incensadores da liberdade do homem escapar-lhes-á, encoberta detrás da sua fiada de estátuas de tiranos liberais, a gesta gigantesca e humilde de Luís Stepinac”.
Nascido na Croácia, em 1898, no seio de uma família numerosa, onde aprendeu, desde a infância, a crescer imbuído de virtudes humanas e cristãs, foi mobilizado, aos dezasseis anos, e incorporado nos exércitos da Primeira Guerra Mundial.
Em 1918, foi aprisionado pelas tropas italianas e logo que liberto, regressou à sua terra, onde trabalhou na agricultura, enquanto discernia a vocação ao sacerdócio.
Feitos os estudos no seminário diocesano, termina a teologia em Roma onde é ordenado, a 25 de Outubro de 1930, ia pelos 32 anos.
Feitos os 36, foi nomeado arcebispo coadjutor de Zagreb, cuja cátedra ocupou, passados três anos.
Correntes sociais e políticas dominantes não facilitavam a fidelidade ao Evangelho. O comunismo ia alastrando por todo o Ocidente e o arcebispo conhecendo, por experiência própria, o flagelo da guerra e o perigo marxista, fez frente a esta ideologia aniquiladora e orientou, com clareza e coragem, os seus fiéis.
Com a escola da militância nas organizações juvenis, fomentou movimentos apostólicos, sobretudo entre rapazes, defendeu a unidade da Igreja firmada no Papa, promoveu a fraternidade entre o clero religioso e diocesano, em ordem à evangelização, e organizou a comunicação social da Igreja.
Ia a passar o terceiro aniversário da tomada de posse como titular da sede do seu arcebispado, quando rebentou a Segunda Guerra Mundial. Perante tanta violência, Stepinac fala bem alto: “Nós, ao condenar todas as injustiças, todas as matanças de inocentes, todos os incêndios e destruições de aldeias tranquilas, todo o aniquilamento do trabalho dos pobres, afirmamos que a Igreja apoia um sistema que tem tantos anos como os mandamentos de Deus”.
Quando o regime comunista pretendeu criar uma igreja nacionalista, a fim de mais facilmente a manobrar, o arcebispo da Croácia não se intimidou. Com uma audácia sobre-humana defendeu os direitos do Catolicismo Romano e a liberdade de cada qual escolher a religião, segundo a sua consciência.
Juntamente com todo os bispos croatas, publicou uma carta onde denunciava a conduta do regime comunista que perseguia até à morte os sacerdotes e reprimia, quanto lhe era possível, os católicos. Como resposta, os dirigentes do partido, a 11 de Outubro de 1946, decretaram a sua detenção e o julgamento.
Dezasseis anos ali ficou em duríssimas condições na cadeia. A 12 de Janeiro de 1953, Pio XII fê-lo cardeal, por entre a alegria de toda a cristandade.
Devido ao clamor gigantesco do mundo inteiro e ao declínio de sua saúde, as autoridades comunistas mudaram-lhe a pena para prisão domiciliária em Krasic, onde a morte põe termo ao seu lento martírio.
10 de Fevereiro

Sem comentários:

Enviar um comentário