sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ISABEL CANORI MORA

Terceira franciscana, Beata
1774-1825

5 de Fevereiro

Pense por um minuto nas pessoas que vivem ao teu redor. Poderia chamar algum deles de santo? Houve um bairro na Itália onde efectivamente uma santa vivia na casa contígua. A beata Isabel Canori Mora que levou sua vida de mãe e esposa à plena conformação com Cristo no quotidiano e na adversidade de ter um marido que a maltratava.
Quem foi
Nasceu em Roma em 21 de novembro de 1774. Filha de Tommaso e Teresa Primoli, no seio de uma família de posição acomodada, profundamente cristã e diligente na educação de seus filhos.   
Estudou com as Irmãs Agostinas de Cascia (1785-88), onde se destacou por sua inteligência, uma profunda vida interior e seu espírito de penitência. De volta a Roma, teve uma vida tranquila até que em 1796 - quando tinha 21 anos - se casou com o jovem advogado romano Cristóforo Mora.
Para ela, o matrimónio foi uma decisão reflectida, madura, mas depois de alguns meses, a fragilidade psicológica de Cristóforo comprometeu a serenidade da família. Transformou uma mulher de mal viver em sua amante e a medida em que passava o tempo, humilhou e abusou de sua esposa de diferentes formas, não exerceu mais a advocacia, e gastou tanto dinheiro em suas aventuras que terminou levando a sua esposa e filhas à extrema pobreza e uma crescente dívida.
À violência física e psicológica de seu esposo, Isabel respondeu sempre com a absoluta fidelidade. Nunca pôs desculpas, conveniências ou interesses para justificar um abandono de seu lar, para ela só primava o código de fidelidade de amor de rendição total.
Isabel tratou seu marido com paciência gentil, oferecendo penitências e orações por sua conversão. Nunca pensou em separar-se dele, apesar dos conselhos de familiares e amigos. Em vez disto, sempre amou, apoiou e perdoou a seu esposo esperando sua conversão.
Em 1801 sofreu uma misteriosa doença que a deixou à beira da morte. Curou-se de forma inexplicável e teve sua primeira experiência mística.
Esta é uma vidente italiana das tribulações dos últimos tempos da Igreja, que foi favorecida com os dons da visão e da profecia.
O Senhor a fez alcançar a maturidade para receber as visões e as ilustrações sobre o destino da Igreja. Recebeu em forma clara os estigmas da paixão de Cristo, e em suas visões viu tremendas batalhas que terá que sustentar a Igreja nos últimos tempos sob o poder das trevas.
Teve quatro filhos, mas os dois primeiros morreram aos dias de nascer. Com o abandono do marido, foi forçada a viver trabalhando com suas próprias mãos para seguir ao cuidado de suas filhas Mariana e Luciana. Dedicou muito tempo à oração, aos pobres e aos doentes.
Seu lar logo converteu-se em um ponto de referência para muita gente em busca de ajuda material e espiritual. Dedicou-se especialmente a cuidar das famílias em necessidade. Para ela, a família implicava dar um espaço a cada pessoa, um lugar que dê frutos de vida, fé, solidariedade e responsabilidade.
A família, para ela, era o templo em que recebia ao "amado Senhor, Jesus de Nazaré" e a todos os que se dirigiam a ela. Através da auto-negação, Isabel oferecia sua vida pela paz e a santidade da Igreja, a conversão de seu marido e a salvação dos pecadores.
Em 1807 Isabel uniu-se à Ordem terceira Trinitária. Respondeu com dedicação à vocação ao matrimónio e a consagração secular. Suas admiráveis virtudes humanas e cristãs assim como a fama de sua santidade difundiram-se através de Roma, Albano e Marino, onde ganhou fama de santidade.
Em 5 de fevereiro de 1825, enquanto era assistida por suas duas filhas, Isabel faleceu. Foi enterrada em Roma na igreja Trinitária de São Carlino alle Quattro Fontane. Pouco depois de sua morte, como ela mesma predisse, seu marido se converteu unindo-se à Ordem terceira Trinitária e depois ordenou-se sacerdote dos franciscanos conventuais. Morreu em 9 de setembro de 1845 e foi enterrado na igreja dos franciscanos conventuais de Sezze.
Foi beatificada junto com o jovem mártir Zaire Isidoro Bakanja, e outra mãe italiana santa, Gianna Beretta Molla, pelo papa João Paulo II em 24 de abril de 1994, no Ano Mundial da Família. Sua festa é celebrada em 4 de fevereiro.
Algumas visões de Isabel Canori
Em uma visão de 25 de março de 1816 viu:
"Aos miseráveis que cada dia com maior orgulho e desfaçatez, de palavra e de obra, com incredulidade e apostasia, vão pisoteando a santa religião e a lei divina. Servem-se de palavras da Sagrada Escritura e do Evangelho, corrompendo seu verdadeiro sentido para respaldar, assim suas perversas intenções e seus princípios destorcidos".
Em 15 de outubro de 1818 teve outra visão terrível:
"De repente, disse, lhe foi mostrado o mundo. O via todo um revolução, sem ordem nem justiça. Os sete vícios capitais (soberba, luxúria, ira, inveja, preguiça, avareza e gula) eram levados ao triunfo, e por todas as partes via-se reinar a injustiça, a fraude, a libertinagem e toda classe de iniquidades. Viu também Sacerdotes desprezando a Santa Lei de deus e como cobria o Céu de nuvens negras; levantava-se um tremendo furacão e no maior desconcerto os homens se matavam uns aos outros. Em castigo dos soberbos que com ímpia presunção tentavam demolir a Igreja desde os alicerces, permitia Deus aos poderes das trevas abandonar os abismos do inferno..."
O triunfo da Igreja
Em 1821 ouviu ao Senhor falar do triunfo da Igreja, pois esta sairia renovada daquelas tormentas, incendiada no primitivo zelo da Glória de Deus e que seria recordada universalmente pelo povos.
Virá a reforma da Igreja..."e a restauração de todas as coisas não se verificará sem um profundo transtorno de todo o mundo, de todas os povos".

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