Leigo, Mártir, Bem-aventurado
1898-1945
23 de Janeiro
Nikolaus Gross, incansável jornalista cristão que batalhou contra o nacional-socialismo da Alemanha nazista, foi elevado aos altares em 7 de outubro pelo Papa João Paulo II, em uma solene cerimónia na praça São Pedro.
Gross, nascido em Niederwenigern, próximo de Essen em 1898, teve uma vida que combinou o trabalho duro das minas e o trabalho intelectual do jornalismo, ferramenta esta última que utilizaria para converter-se em um opositor não violento do regime de Adolf Hitler.
Assim, quando contava com 19 anos e já dentro do trabalho mineiro, ingressou no sindicato cristão. Um ano depois entrou para o partido cristão do Zentrum, tornando-se aos 22 anos secretário dos jovens mineiros. Neste período Gross sente inquietude pelo jornalismo, o que o impulsiona a colaborar no diário do Movimento Católico dos Trabalhadores (KAB), o Westdeutschen Arbeiterzeitung. Rapidamente começa a destacar-se pelo seu talento, até tornar-se anos mais tarde diretor do diário.
Afincado em Colónia, Gross percebe o perigo que para Alemanha significava que o nazismo tomasse o poder, por isso não duvida, respaldado em sua fé, em informar a seus leitores sobre as verdadeiras conseqüências que um regime deste tipo trairia sobre o país.
Em uma das tantas ocasiões afirmaria, "nós trabalhadores católicos rejeitamos com força e com claridade o Nacionalsocialismo, não só por motivos políticos ou económicos, mas decididamente também por nossa postura religiosa e cultural".
Ao tomar Hitler o poder na Alemanha, a comunidade cristã começa a ser perseguida.
Entretanto, isto não foi impedimento para que Gross continuasse seu trabalho, complementado com o apoio mútuo que se prestou com as mais influentes e importantes inteligências católicas contrárias ao nazismo. Entre elas destacou-se o sacerdote jesuíta Alfred Delp e o leigo Emil Letterhaus. Ambos também seriam executados.
Pouco a pouco o diário foi se tornando um obstáculo para o governo, sendo declarado inimigo do Estado e clausurado em 1938. Nikolaus Gross não se deixou abater e continuou com sua tarefa de anunciar a Cristo emitindo edições clandestinas.
Esta constante oposição ao nacionalsocialismo, fez com que fosse encarcerado e executado na forca em 23 de janeiro de 1945. Sua execução foi realizada três semanas depois do fracasso do atentado contra Adolf Hitler, seu corpo foi queimado e suas cinzas espalhadas pelo campo.
Este homem, que se iniciou como obreiro, sindicalista e posteriormente jornalista, teve muito claro o compromisso que como católico devia assumir na defesa da verdade, a justiça, a paz e a solidariedade; inclusive entregando a própria vida.
Além disso, foi testemunho de pai e esposo, mostra disso é a carta que da prisão de Berlim-Plötzensee, enviou a sua esposa e filhos dois dias antes de sua execução. Nela mostrou uma completa serenidade frente a morte e uma fé inabalável em Cristo.
Sua Beatificação
No Domingo 7 de outubro, na Praça São Pedro, o Papa João Paulo II presidiu a cerimónia que elevou aos altares a Nikolaus Gross, jornalista que se opôs com a fé e a razão ao regime Nazista de Hitler.
Foi beatificado junto com outras seis pessoas. Aquele dia o Papa disse: "Com inteligência compreendia que a ideologia nacional-socialista era incompatível com a fé cristã. Com valentia, tomou a pena para escrever a favor da dignidade humana e por esta convicção foi levado ao patíbulo, mas isto abriu-lhe o céu".
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