sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

GUILHERME JOSÉ CHAMINADE

Presbítero, Fundador, Beato
1761-1850

22 de Janeiro

Nasceu em Périgueux (França) em 1761:  era o décimo quarto filho de uma família profundamente cristã, que teve a alegria de ver quatro filhos sacerdotes. Em 1771 ingressou no Seminário Menor de Moussidan, onde, quatro anos mais tarde, fez votos privados de pobreza, castidade e obediência. Recebeu a Ordenação sacerdotal em 1785.
Em 1790, depois do início da Revolução francesa, transferiu-se para Bordéus e ali passou a maior parte da sua vida. Em 1791 negou-se a jurar a Constituição Civil do Clero e exerceu o ministério sacerdotal clandestinamente, pondo a sua vida em contínuo perigo. Nesse período conheceu a venerável Marie-Thérèse Charlotte de Lamourous (1754-1836), que se tornou uma das suas mais estreitas colaboradoras e que ele ajudou a fundar a Obra de Misericórdia de Bordéus para a protecção das jovens. Em 1795 dedicou-se a acolher na diocese os sacerdotes que, tendo feito o juramento constitucional, desejavam reconciliar-se com a Igreja. Atendeu neste ministério cerca de cinquenta sacerdotes.
Em 1797 viu-se obrigado a fugir para Saragoça (Espanha), onde permaneceu durante três anos. Ali, junto da Virgem do Pilar, forjou as suas convicções mariano-apostólicas e recebeu a inspiração de fundar uma família de leigos e religiosos dedicados a Maria.
Em Novembro de 1800 regressou a Bordéus e tentou reorganizar sobre bases novas a Congregação mariana, para ser uma instituição laical que depois, em 1810, se tornou o primeiro Instituto Secular do mundo. Esforçou-se por dar aos seus membros uma sólida formação religiosa e orientou-os para objectivos apostólicos bem precisos, exortando-os a oferecer à sociedade indiferente e descristianizada o exemplo de um povo de santos, como fizeram os cristãos da Igreja primitiva. Esta Congregação foi a base da sua incansável actividade evangelizadora, orientada para a cristianização da França. Chaminade foi considerado um percursor da participação activa dos leigos na vida da Igreja. Nestes anos cuidou também da reorganização da diocese de Bazas, da qual foi nomeado Administrador Apostólico.
Em 1801 a Santa Sé nomeou-o missionário apostólico, o que lhe constituiu a confirmação oficial das suas intuições sobre a Igreja desse novo tempo. O Pe. Chaminade concebeu o seu ministério e o da Congregação mariana, como uma missão permanente e estável, orientada para a formação na fé, com novos métodos e trabalhando em íntima aliança com Maria.
Em 1816, juntamente com a venerável Adèle de Batz de Trenquelléon (1789-1828), fundou em Agen o Instituto das Filhas de Maria Imaculada e, no ano seguinte, em Bordéus, a Companhia de Maria. Os seus primeiros membros, que com o tempo se chamariam Marianistas, eram congregados marianos, mulheres e homens, que queriam responder ao Senhor com uma entrega mais radical, como prolongamento do seu compromisso baptismal e da sua consagração à Virgem Maria.
Os dois Institutos desenvolveram-se rapidamente na França e, em 1839, receberam o "decretum laudis" do Papa Gregório XVI. Dado que o ensino era uma necessidade prioritária nessa época, os dois ramos de Marianistas dedicaram-se a escolas primárias, secundárias e de artes e ofícios, unindo à educação moral a formação na fé. Nasceram assim algumas escolas, mas a Revolução de 1830 fez com que não prosperassem.
Entretanto, o Pe. Chaminade dedicou-se especialmente a redigir as Constituições e escreveu importantes circulares sobre a consagração-aliança com Maria e a vida religiosa marianista. As comunidades e as obras continuavam a crescer na França, depois na Suíça (1839) e nos Estados Unidos da América (1849). A partir de 1836 as Filhas de Maria Imaculada, pondo em prática o desejo da sua fundadora, falecida em 1828, criaram escolas rurais no sudeste da França, assegurando assim a instrução e educação cristã das jovens e a promoção da mulher.
Os últimos dez anos da sua vida constituíram para ele um período de dura prova:  dificuldades de saúde, problemas financeiros, defecção de alguns discípulos, incompreensões e desconfianças, obstáculos no exercício da sua missão de fundador. Mas tudo foi enfrentado com grande confiança em Maria, fiel à sua consciência e à Igreja, repleto de fé e de caridade. Morreu em paz, rodeado de muitos dos seus filhos, junto da capela da Madalena em Bordéus, no dia 22 de Janeiro de 1850.

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