Ângelo Hércules, o quinto de quinze irmãos, nasceu,
a 11 de Março de 1841, em Milão, Itália, numa família cristã que, juntamente,
com outros factores, foi a responsável pela decisão da sua entrega ao Senhor.
Estudou no seminário de Lodi e na Pontifícia Universidade
Gregoriana de Roma, sendo ordenado sacerdote, na Cidade Eterna, no ano de 1866.
Pouco depois, e a pedido do Papa Pio IX, partiu para Espanha a fim de restaurar
a Ordem, anteriormente extinta.
Esta missão fê-lo permanecer bastantes anos naquele país;
o seu árduo trabalho nem sempre foi reconhecido, como por exemplo: em
Barcelona, onde padeceu ultrajes, a prisão e a expulsão da cidade.
Homem multifacetado, a sua actividade passou por:
desempenhar o cargo de enfermeiro da Cruz Vermelha; assistir os doentes de
cólera em Andaluzia, Aragão e Madrid; fundar asilos, hospitais gerais e
psiquiátricos; reformar a assistência nestes, bem carecida de métodos e meios
mais humanos; e, em 31 de Maio de 1881, com mais duas senhoras de Granada –
Maria Josefa Recio e Maria das Angústias Giménez – fundar, em Ciempozuelos,
Madrid, a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, com
o intuito de responder à situação de abandono e exclusão social das doentes
mentais. Esta Obra, rapidamente, se difundiu por vários países, entre eles o
nosso, onde presta prestigiada assistência.
O Padre Bento, nome adoptado no sacerdócio, bem merece
toda e qualquer homenagem que se lhe preste, pois dignificou a Ordem de São
João de Deus através do apoio na saúde àqueles que mais dele precisavam: as
crianças, as mulheres pobres e desamparadas e os desprotegidos da sorte.
Veio a falecer em França, em Dinan, a 24 de Abril de
1914, permanecendo os seus resos mortais na Casa-mãe, em Ciempozuelos.
O “homem de caridade inesgotável e de excepcionais dotes
de governo” foi beatificado, a 23 de Junho de 1985, e canonizado, em 21 de
Novembro de 1999, em Roma, em cerimónias presididas pelo Papa São João Paulo
II.
Por Olívia Rodrigues
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