quarta-feira, 18 de maio de 2011

CATARINA DE SANTO AGOSTINHO

Agostinha Hospitaleira, Beata
(1632-1668)

8 de Maio


Descendente de duas famílias nobres de Cotentin (França), Catarina de Santo Agostinho nasceu e foi baptizada a 3 de Maio de 1632, em Saint-Sauveur-le-Vicomte, no actual departamento da Mancha, na França. Seu pai, Jacques Simon de Longpré, era advogado e sua mãe, Francisca Jourdan de Launay, filha de um lugar-tenente civil e penal.

A educação da menina foi confiada a seus avós maternos. Os Jourdan tinham em sua casa uma espécie de hospital onde recebiam e tratavam os pobres e os doentes. Catarina foi muito cedo iniciada no exercício da caridade e na prática da virtude.

Catherine, seduzida pela vida religiosa, incentivada por São João Eudes entrou como postulante para o Hôtel-Dieu de Bayeux, em 7 de Outubro de 1644. Ela tinha doze anos e meio. Dois anos mais tarde, ela foi admitida ao noviciado. Foi então que ela concebeu o desejo de ir para o Canadá, onde as freiras Agostinianas Hospitalares da Misericórdia de Jesus tinham, em 1539, fundado o Hôtel-Dieu de Québec.

Quando estas pediram novas recrutas, Catarina ofereceu-se imediatamente. Ela ainda não completado dezasseis anos de idade. Tentaram dissuadi-la, e seu pai opôs-se ao seu desejo. Ela fez o voto “de viver e morrer no Canadá, se Deus lhe abrisse a porta deste país”. Todos foram forçados a ceder às suas razões, e Catarina fez profissão religiosa a 4 de Maio de 1648, em previsão do seu embarque, em 27 de Maio. No dia 19 de Agosto de 1648, ela chegou a Québec.

Madre Catarina de Santo Agostinho ia ser uma grande ajuda para a Comunidade: ela ali preencheu os cargos de administradora do mosteiro, de directora do hospital, conselheira e mestra das noviças. Durante seu primeiro triénio como depositária, ela dirigiu a construção do novo Hôtel-Dieu.

No entanto, esta jovem freira tão activa esteve quase sempre doente. Ela esteve mais de oito anos com febre sem nunca acamar, sem reclamar, sem desistir à obediência, sem perder os seus exercícios, seja no coro, seja nos ofícios, ou seja da Comunidade. Não só não se queixava, mas ela estava sempre de semblante agradável e, a sua ternura contínua causavam a admiração de todos.

A descrição de Catarina iludiu até mesmo suas irmãs sobre as suas disposições interiores. Considerou-se que, enquanto viva, ela se comportava simplesmente como uma boa religiosa, porque, com excepção do seu director e do seu bispo, ninguém sabia o que nela se passava. As riquezas da sua vida interior e as maravilhas místicas que o Espírito Santo operava na sua alma foram revelados apenas depois de sua morte.

Conta-se sobre ela “coisas extraordinárias”: visões, revelações, constantes lutas contra os demónios. O Bem-aventurado Francisco de Laval, seu bispo e a Beata Maria da Encarnação fizeram mais caso, no entanto, das suas virtudes sólidas do que dos “milagres e maravilhas”. Maria da Encarnação, quanto a ela, sentiu que “as graças que Deus lhe concedeu estavam baseadas nas três virtudes, humildade, caridade e paciência”.

Ces trois vertus, Catherine les pratiqua à un degré vraiment héroïque à partir de 1663, année où le Seigneur lui assigna sa mission personnelle au Canada: être "la victime pour les péchés d'autrui". Jamais, en effet, elle ne souffrit autant, en particulier de la part des démons, qui ne lui laissaient aucun repos, la torturant moralement et la rouant même de coups. Pourtant, jamais rassasiée de peines, l'humble hospitalière désirait s'immoler toujours davantage pour le salut des âmes et pour le bien spirituel de son pays d'adoption. Enfin, consumée par la phtisie, elle mourut le 8 mai 1668, à l'âge de trente-six ans.

Estas três virtudes, Catarina praticou-as a um verdadeiro grau heróico de 1663, ano em que o Senhor lhe atribuiu sua missão pessoal no Canadá: “a vítima para os pecados dos outros”. Nunca, na verdade, ela sofreu tanto, especialmente por parte dos demónios, que não lhe deixavam qualquer descanso, torturando-a moralmente e batendo-lhe mesmo. Contudo, nunca farta de sofrimentos, a humilde hospitaleira queria imolar-se sempre cada vez mais para a salvação das almas e o bem espiritual de seu país de adopção. Finalmente, consumida pela fitísia, ela morreu em 8 de Maio de 1668, com a idade de trinta e seis anos.

Le bienheureux François de Laval, pour qui Catherine de Saint-Augustin était "l'âme la plus sainte qu'il eût connue", avait "une très particulière confiance" en son pouvoir, "car, si elle nous a secourus si puissamment pendant le temps qu'elle a été parmi nous, écrit-il, que ne fera-t-elle pas maintenant qu'elle connaît avec plus de lumière les besoins, soit du pasteur, soit des ouailles?"

O Bem-aventurado Francisco de Laval, para o qual Catarina de Santo Agostinho era “a alma mais santa que conhecera”, tinha “uma confiança muito especial” no seu poder, “porque, se ela nos socorreu tão poderosamente durante o tempo em que viveu entre nós, escreve ele, que não fará ela agora conhecendo com mais luminosidade as necessidades, seja do Pastor ou seja do rebanho?”

FRANCISCA ULRIKA NISCH

Religiosa, Mística, Beata
(1882-1913)

8 de Maio

Francisca (Franziska) Nisch nasceu de uma relação fora do casamento, em 1882, pois recusaram a seus pais a autorização para se casarem, o que aconteceu mais tarde. Ela veio ao mundo num pequeno vilarejo de Souabe Oberdorf-Mittelbiberach (Alemanha). A pequena «Franzi» foi criada por sua avó e por sua madrinha, que lhe dispensaram todo o afeto que ela não encontrou junto a seu pai, que era muito duro com ela, mas a quem ela sempre obedecia. Na escola, Franzi quase não se destacava, um pouco «bobinha», freqüentemente quebrando as coisas, solitária, simples, piedosa e sempre amável. Como sua família era pobre, Franzi, junto com seus irmãos e irmãs mais novos, conseguiam arrecadar alguns donativos junto às pessoas das redondezas: pão, ovos, frutas. Sempre adoentada, ela falta muito às aulas e seus resultados acabam não sendo muito bons. 
Após terminar os estudos primários, Franziska, já aos doze anos, foi transferida para diversos lugares. Finalmente foi admitida como empregada na casa de uma família em Rorschach, na Suíça. Caiu doente, tuberculosa, e precisou ser internada. No hospital, foi tratada com grande carinho e bondade pelas Irmãs de Caridade de Ingenbohl, tanto que Franziska decidiu entrar para a congregação delas. Foi recebida em Hagne, onde elas possuíam uma casa provincial. Irmã Ulrika é o nome religioso que Franziska adota. Ela trabalha como auxiliar de cozinha em  Bühl, depois em Baden-Baden. 
Irmã Ulrika aceitava todos os serviços, muitas humilhações e sofria com terríveis dores de cabeça, mas jamais se queixava. Às vezes, ela se sentia em meio a trevas durante suas orações. “Essas penosas experiências conduzem Irmã Ulrika a uma serenidade de coração que lhe permite ver nas menores coisas a mão paternal de Deus, e acolher cada instante da sua vida com uma gratidão de criança”(João Paulo II). Irmã Ulrika reza dia e noite. Tudo para ela se transforma em oração. Ela tem a graça de receber visões místicas. Junto dela, as pessoas se sentem como se estivessem no Paraíso. 
Adoecendo novamente devido à tuberculose, Irmã Ulrika é levada à casa provincial, em Hagne, onde morre aos 31 anos, em 1913. Quando decidem escrever sua biografia, algumas pessoas se espantam, pois não vêem onde residiria sua santidade. Aliás, os títulos das primeiras publicações são eloqüentes: “A santa do nada”“A santa das marmitas”“A voz silenciosa”. Mas os fatos falam por si só: seu túmulo está sempre florido e inúmeros testemunhos dão provas de graças alcançadas por sua intercessão. Vale notar que Irmã Franziska Ulrika foi beatificada antes da fundadora da sua congregação, Madre Marie-Thérèse Scherer, outra grande santa.

BENTO II

Papa, Santo
+ 685

8 de Maio


Pouco se sabe da vida deste Papa, que governou a Igreja durante apenas um ano, de 684 a 685.

Segundo a tradição ele teria nascido em Roma e teria tido como pai um certo João.

Ainda muito jovem entrou para a Schola cantorum e foi, quando a idade o permitiu, ordenado sacerdote.

Provavelmente bispo de uma ou várias dioceses, foi eleito sucessor de São Pedro em 26 de Junho de 684, depressa obteve que a confirmação fosse dada, não pelo imperador, mas pelo exarca de Ravena, homem fraco e de puder ilusório, que sempre acatava — graças a Deus! — as decisões de Roma.

Durante o pontificado de Bento II, teve lugar o 14º Concílio de Toledo — 14 a 20 de Novembro de 684 — que tratou das “propriedades das duas naturezas em Cristo” (Ver Denzinger n° 564)

O pontificado de Bento II ficou marcado pela sua atenção e seu carinho para com os pobres, o que lhe permitiu de usufruir duma grande popularidade.

Bento II também reforçou a posição do Papa presidindo todas as cerimónias civis de Roma.

Morreu em Roma, um ano depois de ter sido eleito, em 8 de Maio de 685.

VICTOR O MOURO

Militar, Mártir, Santo

+ 303

8 de Maio


Victor, o Mouro, era africano natural da Mauritânia. Cristão desde criança, quando adulto ingressou no exército do imperador Maximiano. Quando este desejou sufocar uma rebelião na Gália, actual França, recrutou, então, um grande contingente de homens do Oriente e do norte da África.

O destacamento em que veio Víctor se estabeleceu em Milão, na Itália. Entretanto o imperador exigia que todos os soldados, antes de irem para a batalha, oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos do Império. Os que se recusavam eram condenados à morte.

Pois Vítor se recusou, mantendo e reafirmando sua fé cristã a cada ordem recebida nesse sentido. Ele foi levado ao tribunal e interrogado. Confessou novamente sua doutrina, entretanto, renovando sua lealdade ao imperador, quanto às ordens militares. O soldado Vítor, mesmo assim, foi encarcerado, permanecendo por seis dias sem comida ou água.

Essa cadeia onde ficou, ao lado da Porta Romana, até hoje é tristemente conhecida como o cárcere de São Vítor. Findo esse prazo, Vítor foi arrastado pelas ruas da cidade até o hipódromo do Circo, situado junto à actual Porta Ticinense, onde, interrogado novamente pelo próprio imperador, se negou a abandonar sua religião. Foi severamente flagelado, mas manteve-se firme. Levado de volta ao cárcere, teve as feridas cobertas por chumbo derretido, mas o soldado africano saiu ileso do pavoroso castigo.

Rapidamente Víctor se recuperou e, na primeira oportunidade, fugiu da cadeia, refugiando-se numa estrebaria junto a um teatro, onde hoje se encontra a Porta Vercelina. Acabou descoberto, levado a uma floresta próxima e decapitado. Era o dia 8 de maio de 303.

Conta a tradição milanesa que seu corpo permaneceu sem sepultura por uma semana, quando o bispo são Materno o encontrou intacto e vigiado por duas feras. Ali mesmo foi construída uma imensa igreja, a ele dedicada. Aliás, não é a única. Há, em Milão, várias outras igrejas e monumentos erguidos em sua homenagem, mas o mais significativo, sem dúvida, é o seu cárcere.

Vítor é um dos santos mais amados e venerados pelos habitantes de Milão. Tendo sido martirizado naquela cidade, sua prisão e seu martírio permanecem vivos na memória do povo, que sabe contar até hoje, detalhadamente, seu sofrimento, apontando com precisão os locais onde as tristes e sangrentas cenas aconteceram no início do século IV.

O culto ao mártir são Vítor, o Mouro, se espalhou pelo mundo católico do Ocidente e do Oriente, sendo invocado como o padroeiro dos prisioneiros e exilados.

ACÁCIO DE CAPADÓCIA

Militar, Mártir, Santo
+ 304

8 de Maio


Acácio era um centurião da Capadócia, atual Turquia, do exército romano da cidade de Trácia, que, após ser acusado pelo tribuno Firmo e pelo procônsul Bibiano de ser cristão e sofrer ásperas torturas e cruéis tormentos, foi decapitado em Bizâncio sob as ordens dos imperadores Diocleciano e Maximiano, no ano 304.

O imperador Constantino, o Grande, construiu uma igreja-santuário em sua honra em Karía de Constantinopla, de cuja cidade santo Acácio se tornou o padroeiro. Isso há pelo menos treze séculos. Ele é, também, o padroeiro da diocese de Squillace, atualmente Catanzaro-Squillace, Itália.

O corpo do mártir é guardado e venerado em uma monumental capela da catedral de Squillace, onde um braço foi trazido pelo bispo, em 1584, de Guadavalle, sua cidade natal, da qual também foi eleito padroeiro. Suas relíquias foram levadas também para Cuenca de Ávila, na Espanha, procedentes de Squillace. É venerado entre os santos auxiliadores em diversas cidades da Europa Setentrional.
Sua festa é celebrada no dia 8 de maio pela Igreja ocidental.

NOSSA SENHORA MEDIANEIRA

8 de Maio

1. Entre os títulos atribuídos a Maria no culto da Igreja, o capítulo VIII da Lumen Gentium recorda o de “Medianeira”. Embora alguns Padres conciliares não compartilhassem plenamente essa escolha (cf. Acta Synodalia III, 8, 163’164), este apelativo foi inserido de igual modo na Constituição Dogmática sobre a Igreja, como confirmação do valor da verdade que ele exprime. Teve-se, porém, o cuidado de não o ligar a nenhuma particular teologia da mediação, mas de o elencar apenas entre os outros títulos reconhecidos a Maria. O texto conciliar, além disso, refere-se já ao conteúdo do título de “Medianeira” quando afirma que Maria, “com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna” (LG, 62). Como recordo na Encíclica Redemptoris mater, “a mediação de Maria está intimamente ligada à sua maternidade e possui um carácter especificamente maternal, que a distingue da mediação das outras criaturas” (n. 38). Deste ponto de vista, Ela é única no seu género e singularmente eficaz.

2. Às dificuldades manifestadas por alguns Padres conciliares acerca do termo “Medianeira”, o mesmo Concílio cuidou de responder, afirmando que Maria é “para nós a Mãe na ordem da graça” (LG, 61). Recordamos que a mediação de Maria se qualifica fundamentalmente pela sua maternidade divina. O reconhecimento do papel de Medianeira está, além disso, implícito na expressão “nossa Mãe”, que propõe a doutrina da mediação Mariana, pondo em evidência a maternidade. Por fim, o título “Mãe na ordem da graça” esclarece que a Virgem coopera com Cristo no renascimento espiritual da humanidade.

3. A mediação materna de Maria não ofusca a única e perfeita mediação de Cristo. O Concílio, com efeito, depois de ter mencionado Maria “Medianeira”, desvela-se em esclarecer: “Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único Mediador, que é Cristo” (LG, 62). E a respeito disto, cita o conhecido texto da Primeira Carta a Timóteo: “Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem, que Se entregou em resgate por todos” (2, 5-6). O Concílio afirma, além disso, que “a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia” (LG, 60). Longe, portanto, de ser um obstáculo ao exercício da única mediação de Cristo, Maria põe antes em evidência a sua fecundidade e a sua eficácia. “Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, aurindo aí toda a sua eficácia” (LG, 60).

4. De Cristo deriva o valor da mediação de Maria e, portanto, o influxo salvador da Bem-Aventurada Virgem “de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (ibid.). A intrínseca orientação da obra da “Medianeira” a Cristo impele o Concílio a recomendar aos fiéis recorrer a Maria, “para mais intimamente aderirem com esta ajuda materna, ao seu Mediador e Salvador” (LG 62). Ao proclamar Cristo como único Mediador (cf. 1 Tm 2, 5-6), o texto da Carta de São Paulo a Timóteo exclui qualquer outra mediação paralela, mas não uma mediação subordinada. Com efeito, antes de ressaltar a única e exclusiva mediação de Cristo, o autor recomenda “que se façam súplicas, orações, petições e acções de graças por todos os homens...” (2, 1). Não são porventura as orações uma forma de mediação? Antes, segundo São Paulo, a única mediação de Cristo é destinada a promover outras mediações dependentes e ministeriais. Proclamando a unicidade da mediação de Cristo, o Apóstolo só tende a excluir toda a mediação autónoma ou concorrente, mas não outras formas compatíveis com o valor infinito da obra do Salvador.

5. É possível participar na mediação de Cristo em diversos âmbitos da obra da salvação. A Lumen Gentium, depois de ter afirmado que “nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e Redentor”, ilustra como é possível às criaturas exercer algumas formas de mediação, em dependência de Cristo. Com efeito, Afirma: “Assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variadamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas, que participam dessa única fonte” (LG, 62). Nesta vontade de suscitar participações na única mediação de Cristo, manifesta-se o amor gratuito de Deus que quer compartilhar aquilo que possui.

6. Na verdade, o que é a mediação materna de Maria senão um dom do Pai à humanidade? Eis por que o Concílio conclui: “Esta função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la; sente-a constantemente e inculca-a nos fiéis...” (ibid.). Maria desempenha a sua acção materna em contínua dependência da mediação de Cristo e d’Ele recebe tudo o que o seu coração desejar transmitir aos homens. Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta “continuamente” a eficácia da acção da “Mãe na ordem da graça”.
Do Livro: A VIRGEM MARIA - 58 Catequeses do Papa João Paulo II.

AGOSTINHO ROSCELLI

Presbitero, Fondador, Beato
(1818-1902)

7 de Maio


Nasce na localidade de Bargone di Casarza Ligure (Itália), no dia 27 de Julho de 1818. A sua família, pobre do ponto de vista material, constitui para ele um exemplo de fé e de virtudes cristãs.

Em 1835, Agostinho sente-se chamado ao sacerdócio e transfere-se para Génova, onde empreende os estudos com graves dificuldades financeiras, mas sustentado sempre por uma vontade tenaz, a oração intensa e o auxílio de pessoas de boa vontade. Recebe a Ordenação sacerdotal a 19 de Setembro de 1846.

Inicia o seu humilde serviço na obra de santificação do povo de Deus, dedicando-se com zelo, caridade e exemplo ao crescimento espiritual do Corpo de Cristo e ao ministério da Confissão.

Desde o início, identifica-se nele um exemplo de sacerdote santo, que encarna a figura do "pastor", do educador na fé, do ministro da Palavra e do orientador espiritual, sempre pronto a dar-se na obediência, humildade, silêncio, sacrifício e seguimento dócil e abnegado de Jesus Cristo. Nele, a acção divina, a obra humana e a contemplação fundem-se numa admirável unidade de vida de apostolado e oração.

Em 1872, alarga o campo do seu apostolado, interessando-se não só pelas misérias e pobrezas morais da cidade, e pelos jovens, mas também pelos prisioneiros dos cárceres, a quem leva com afecto o conforto e a misericórdia do Senhor.

Dois anos mais tarde, passa a dedicar-se inclusivamente aos recém-nascidos, e durante 22 anos confere o Baptismo a mais de oito mil crianças. Ao mesmo tempo, trabalha em favor das mães solteiras, vítimas de relações enganosas, dando-lhes assistência moral e material, inserindo-as no mundo do trabalho honesto.

Convicto de que a santificação na vida comunitária é a força do apostolado, no dia 15 de Outubro de 1876 realiza o seu sonho de fundar a Congregação das Irmãs da Imaculada, indicando-lhes o caminho da santidade em Maria, modelo da vida consagrada. Após o início difícil e incerto, a Congregação consolida-se a difunde-se em toda a Itália e além-fronteiras.

A vida terrena do "sacerdote pobre", como lhe costumam chamar, chega ao seu termo no dia 7 de Maio de 1902.

Foi beatificado a 10 de Junho de 2001, na Praça de S. Pedro em Roma pelo Beato João Paulo II.

ROSA VENERINI

Religiosa, fundadora, Santa
1656-1728

7 de Maio


Nascida em Viterbo, Itália, no dia 9 de fevereiro de 1656, Rosa Venerini viveu um conflito. Um jovem apaixonado queria desposá-la, mas o seu desejo era consagrar-se a Deus. Sua vida muda radicalmente quando uma série de acontecimentos culmina com a morte do pretendente e, mais tarde, de seus pais. Rosa assume, então, a educação dos dois irmãos. Mesmo com essa responsabilidade ela não abandona seu desejo de consagrar-se a Deus. Passa a convidar as jovens da vizinhança para rezar o Rosário.

Foi convivendo com essas pessoas que Rosa descobriu o grave estado de ignorância religiosa e intelectual que atingia a juventude da época. Decidiu, então, que seria seu dever combatê-la. Um padre jesuíta, Ventura Bandinelli, percebendo a sua vocação natural para a religiosidade e para o ensino, abre-lhe as portas da vida religiosa. Rosa não perdeu a oportunidade e deu o primeiro passo, indo viver em comunidade. Junto de mais duas amigas, cria a primeira escola primária para crianças em 1685. Estava iniciada a sua grande obra.

Porém as aposições não tardaram a aparecer. Alguns padres acharam que a obra de Rosa agredia a sua autoridade no ensino religioso. Os nobres se posicionavam contra o ensino gratuito para os pobres. Rosa enfrentava uma batalha em nome de Deus e de um ideal. Felizmente, o bispo de Montefiascone intervém e a convida para fundar em sua diocese uma nova escola. Para lá Rosa Venerini se dirige, junto de uma colaboradora muito especial: a futura santa Lúcia Filippini.

As escolas, então, se expandem e chegam a muitas cidades, inclusive a Roma. Mas os problemas apareceriam novamente. Rosa tem de enfrentar discussões dolorosas, ambições e divisões dentro de sua instituição, problemas provocados pela inveja e ganância das pessoas.

Em 1716, uma visita do papa Clemente XI foi o reconhecimento do valor de sua obra. O apoio do papa foi um factor importante para o desenvolvimento de sua instituição, que não era uma congregação, e agora é chamada "Mestras Pias Venerini".

O fim de sua vida foi marcado por uma doença que a consumiu por quatro anos. Rosa veio a falecer no dia 7 de maio de 1728. Em 1909, é fundada a primeira Casa nos Estados Unidos. O reconhecimento canónico para essas professoras chegou apenas em 1941, quando, finalmente, se tornam uma congregação.

O papa Pio XII proclama bem-aventurada Rosa Venerini em 1952, quando a congregação já operava em muitos países do mundo todo. Suas relíquias estão guardadas na capela da Casa mãe da congregação em Roma.

Em 15 de outubro de 2006 o papa Bento XVI, na praça de São Pedro, proclama Rosa Venerini, santa.

FLÁVIA DOMITILA

Mártir, Santa
Século I

7 de Maio


Há muito mais tradições envolvendo a existência de Flávia Domitila do que documentos históricos comprovados. Seu nome e santidade tanto se espalharam, nos primeiros tempos do cristianismo, que sua vida se mesclou a essas tradições pela transmissão dos próprios fiéis que fixaram o seu culto.

Flávia Domitila teria sido convertida ao cristianismo por dois eunucos. Enquanto ela se preparava para o casamento com o filho de um cônsul, Nereu e Aquiles lhe falaram sobre Cristo e a beleza da virgindade, "irmã dos Anjos". Ela teria abandonado o casamento e se convertido imediatamente.

Contudo o próprio imperador, inconformado, tentou vencer a recusa pelo compromisso da jovem com uma tarde dançante em sua homenagem. A morte repentina do próprio noivo aconteceu em meio às danças. Segundo a tradição, Flávia Domitila morreu queimada num incêndio criminoso que destruiu sua casa, sendo provocado por um irmão do noivo.

Mas o que existe de real sobre a vida de santa Flávia Domitila é que ela era uma nobre dama romana, esposa do cônsul Flávio Clemente e sobrinha do imperador Vespasiano, pai de Domiciano. Esses dados foram encontrados em uma inscrição da época, conservada na basílica dos santos Nereu e Aquiles, que também morreram decapitados pelo testemunho em Cristo.

No primeiro século, ela enfrentou a ira da corte por não esconder sua fé em Cristo. Banida do convívio social, foi depois julgada e condenada ao exílio, sendo deportada para a ilha de Ponza.

Sua morte aconteceu de forma lenta, cruel e dolorosa, numa ilha abandonada, sem as menores condições de sobrevivência, conforme escreveu sobre ela são Jerónimo.

MARIA CATARINA TROIANI

Religiosa, Fundadora,
1813-1887

6 de Maio

Antecedentes

Madre Maria Catarina Troiani, nascida em Giuliano de Roma - Itália em 19 de janeiro de 1813, levada a pia baptismal recebeu o nome de Constância Domínica Antónia Troiani. Precocemente dedicou-se a oração e à busca de sua vocação corajosa.
No seu diário ela anota aos 17 anos:
“Meu Jesus (...) venho humildemente dizer-te aquilo que me sinto inspirada a fazer por teu amor. ...
Estar pronta a fazer por ti todos os sacrifícios, especialmente aqueles quotidianos, que são os que mais custam...
Mortificar as pequenas satisfações ainda que lícitas...
Suportar em silêncio as pequenas dores,... executar pontualmente os meus deveres”.
Apontamentos que revelam a fé materializada na vocação religiosa. No dia 8 de dezembro de 1829, festa da Imaculada Conceição, Constância realiza seu maior desejo e veste o hábito franciscano. — “Não te chamarás mais Constância, mas Maria Catarina de Santa Rosa de Viterbo”.
Em 16 de dezembro de 1830, antes de completar 18 anos consagra-se definitivamente ao Senhor, oferecer-se a Ele e lhe promete viver por toda existência em obediência, pobreza, castidade, enclausurada na comunidade de Santa Clara da Caridade em Ferentino, Itália.
Antes de atender ao chamado missionário Irmã Catarina desempenha importante papel na comunidade de Ferentino como professora e directora do pequeno educandário, vigilante em melhorar a si mesma e o seu relacionamento com Deus. Irmã Catarina defende com veemência, a fisionomia franciscana da comunidade religiosa e, assim, a Regra e as Constituições, permeadas pelo espírito de São Francisco e de Santa Clara, são aprovados pela Igreja.
A missão missionária nasce e cresce, a vontade de levar o evangelho para além mar faz de Irmã Catarina protagonista de uma história admirável no Egipto. Nas pegadas de Frei Guiseppe Modena de S. Remo que após realizar um trabalho de evangelização no oriente propõe a abertura de outra Comunidade religiosa.
O tempo passou. Em 1859 partem da Itália seis missionárias rumo ao Egipto com a bênção do Papa Pio IX. Acompanha-as Frei Giuseppe Modena e a abadessa Irmã Aloisia Casteli.
Irmã Maria Catarina Troiani tem 46 anos de idade. Desembarcam em Alexandria. Em setembro, seguem para o Cairo para trabalhar na paróquia de Muski em Clot-Bey um dos bairros mais pobres da cidade do Cairo.
“O espírito empreendedor e activo de Irmã Maria Catarina não pode ser contido no estreito âmbito de Clot-Bey. No prazo de poucos anos, as casas e as actividades apostólicas se multiplicam por todo Egipto.
É como um acender-se de chamas: uma escola em Balacco, bairro do Cairo, escolas, pensionatos e dispensários nas cidades de Mansura, Damiata, Kafr-el-Zaiat, Ismailia.
Mais tarde outras escolas e orfanatos em Malta, Alexandria do Egipto, Jerusalém. A caridade cristã se faz no acolhimento de recém nascidos, na instrução de meninos de qualquer cor, nacionalidade, religião ou nível social, sobretudo pobres e abandonados”.
Também na Itália, Irmã Maria Catarina abre casas em Roma, em Montefiascone, em Bórnio e em Milão, onde aceita numerosas aspirantes à vida missionária. De fato, muitas jovens provenientes do Oriente e da Europa entraram para fazer parte das FRANCISCANAS DO EGITO, atraídas pelo fervor e dedicação das irmãs, pela vida estritamente pobre e alegre, pela perfeita união entre elas, apesar da heterogeneidade de nacionalidade e de cor. A maior prova do zelo apostólico e da caridade de Madre Maria Catarina são duas obra missionárias sociais, as quais dedica a riqueza do seu coração materno a obra dos mourazinhos e dos recém nascidas abandonadas.
Os sacerdotes dom Biaggio Verri e Dom Giovanni Battista Olivieri e Irmã Maria Catarina protagonizaram a obra de resgate de jovens mouras do tráfico escravo. Foram 22 anos a partir de 1860. Simultaneamente os recém nascidos frutos do abandono e da prostituição tiveram asilo, alimento e educação na obra de Irmã Catarina.
O provimento financeiro e material da manutenção das instituições somente a Providência pode explicar. São Francisco, São José, Maria Santíssima assistem no plano espiritual as necessidades que aparecem Papas, reis, imperadores, ministros, homens importantes que se enamoram da grande acção humanitária dessa pequenina mulher e se transformam em seus benfeitores, inclusive de outras religiões como o Paxá turco Ismail que faz importantes doações para o obra de Maria Catarina.
“A multiplicação das obras e actividades faz-se bem depressa, causando atritos e incompreensões com a Comunidade Religiosa de Ferentino. Isso, talvez, seja a causa providencial, preparada por Deus para dar vida a um novo instituto; é o Espírito Santo que sopra onde quer os seus carismas para enriquecer a Igreja.
Os contrastes mais evidentes nascem do facto que a Regra e as Constituições das Irmãs de Ferentino se revelam logo inadequadas às exigências da vida religiosa em missão. De Ferentino chega o ultimato: voltar à comunidade de origem ou se separar dela. É para Irmã Maria Catarina e para suas irmãs uma das maiores provas. A separação é inevitável. Irmã Maria Catarina encoraja as companheiras: - Ficai tranquilas, virá o dia em que nossas co-irmãs pedirão para se unirem a nós”. Trinta anos depois, em 1895, as religiosas de Ferentino pediram e foram aceitas no Instituto das Franciscanas Missionárias do Egipto.
Evidentemente o trabalho de ter o reconhecimento para a missão é longo e moroso. Enfim, fundada na caridade fraterna estabelece-se os fundamentos para novo impulso e desenvolvimento da missão. “Irmã Maria Catarina empenha-se a tal ponto que com o decreto de 5 de julho de 1868, o Instituto das Franciscanas Missionárias do Egipto é um fato consumado.
Irmã Maria Catarina permanecerá em sucessivas eleições, até a sua morte como superiora geral. Em janeiro de 1887, Madre Maria Catarina completa 74 anos de idade. O coração cede e as pernas, todas cheias de varizes inflamadas incham. Passa os dias da Semana Santa em fervor de espírito extraordinário. Resiste em pé até a tarde de Páscoa para não atrapalhar a alegria de suas filhas, por ocasião da Páscoa da Ressurreição, depois põe-se na cama para não mais se levantar.
Recebe os sacramentos na aurora deste último dia de vida, Madre Maria Catarina Troiani deixa, docemente a terra. São 11 horas do dia 6 de maio de 1887. Morreu sem nunca ter abandonado suas convicções. Esvaziou-se de si para encher-se do amor de Cristo, para fazer-se alimento aos irmãos vizinhos e distantes. Não reservou nada para si, tudo doou.
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Resumo do Livro “Catarina Troiani – Fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria, feito por Carlos Alberto Cerchi é membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e autor de Memória Fotográfica de Sacramento.

ANA ROSA GATTORNO

Religiosa, fundadora, Beata
1831-1900

6 de Maio


Rosa Maria Benta Gattorno nasceu em Génova, Itália, no dia 14 de outubro de 1831. Pertencia a uma família de boas condições financeiras, de bom nome na sociedade e de profunda formação cristã. No pai Francisco e na mãe Adelaide, como os outros cinco filhos, encontrou os primeiros essenciais formadores de sua vida moral e cristã.

Em 1852, aos vinte e um anos de idade, Rosa casou-se com Jerónimo Custo e transferiu-se para Marselha, França. Por motivos financeiros, a família viu-se obrigada a retornar a Génova, com três filhos. A sua primeira filha, Carlota, afectada de repentina enfermidade, ficou surda-muda para sempre; e apesar da alegria dos outros dois filhos, ela foi novamente abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de matrimónio, e, pouco tempo depois, com a morte do seu último filho.

Esses acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que ela chamara “a sua conversão”, isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada Conceição de 1858, e depois, como terceira franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862, recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras.

Num clima de intensa oração, diante de Jesus Crucificado, recebeu a inspiração de fundar uma congregação religiosa: “Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria Imaculada”, em Piacenza. Depois de um profundo diálogo com o papa Pio IX, por ele recebeu a confirmação de sua missão de fundadora. Vestiu o hábito religioso em 1867, tomando o nome de Ana Rosa, e após três anos emitiu a profissão, com outras doze religiosas.

Com essa fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da época.

A menos de dez anos da fundação, a congregação recebeu a aprovação definitiva, em 1879. Porém o regulamento só foi aprovado em 1892. Muito estimada e considerada por todos, colaborou, em Piacenza, também com o bispo, monsenhor Scalabrini, hoje beato, sobretudo na obra fundada por ele, a favor dos surdos-mudos.

Sofreu inúmeras provas, humilhações, dificuldades e tribulações de todo género, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais, atraía outras jovens para o seu apostolado. Assim, a congregação difundiu-se rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritréia, França e Espanha.

Ana Rosa Gattorno faleceu no dia 6 de maio de 1900, muito debilitada, dois dias depois de contrair uma forte influenza, na Casa mãe de Piacenza. A congregação, nesse período, já contava com trezentas e sessenta e oito Casas, nas quais desenvolviam as suas missões três mil e quinhentas religiosas. Ela foi beatificada pelo papa João Paulo II em 2000.

ÂNGELO DE JERUSALEM

Carmelita, Mártir, Santo
1185-1220

5 de Maio

Uma tradição muito antiga nos trás a luz sobre a vida de Ângelo. Os registros indicam que ele nasceu em 1185, na cidade de Jerusalém, de pais judeus pela religião, chamados José e Maria, nomes muito comuns na região. E que eles se converteram após Nossa Senhora ter avisado Ângelo, durante as orações, que ele teria um irmão, o que lhes parecia impossível, porque seus pais eram idosos. Mas isso aconteceu. Emocionados, receberam o batismo junto com a criança, à qual deram o nome de João. Mais tarde, ele também vestiu o hábito carmelita.

Ângelo viveu em muitos conventos da Palestina e da Ásia Menor. Recebeu muitas graças do Senhor, sobretudo o dom da profecia e dos milagres, depois de viver cinco anos no monte Carmelo, mesmo lugar onde viveu o profeta Elias. Entrou para a Ordem do Carmo quando tinha apenas dezoito anos e, em 1213, foi ordenado sacerdote.

Ainda segundo a tradição, Ângelo saiu do monte Carmelo com os primeiros carmelitas que foram para Roma a fim de obter do papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo, e depois imigraram para a Sicília.

Lá, ao visitar a basílica de São João, se encontrou com os sacerdotes, que se tornaram santos, Domingos de Gusmão e Francisco de Assis, instante em que previu e anunciou a sua morte como mártir de Jesus Cristo.

Dentre seus grandes feitos, o que mais se destaca é o trabalho de evangelização que manteve entre os hereges cátaros daquela cidade. A história narra que ele conseguiu converter até uma mulher que, antes disso, mantinha uma vida de pecados, até mesmo uma relação incestuosa com um rico senhor do lugar.

No dia 5 de maio de 1220, Ângelo fez sua última pregação na igreja de São Tiago de Licata, na Sicília. Nesse dia foi morto, vítima daquele rico homem, que não se conformou com o abandono e a conversão de sua amante, encomendando o assassinato.

Venerado pela população, logo uma igreja foi erguida no lugar de seu martírio, onde foi sepultado o seu corpo. A Igreja canonizou o mártir santo Ângelo em 1498. Porém somente em 1662 as suas relíquias foram transladadas para a igreja dos carmelitas. O seu culto se difundiu amplamente no meio dos fiéis e na Ordem do Carmo.

Santo Ângelo foi nomeado padroeiro de muitas localidades, inicialmente na Itália, depois em outras regiões da Europa. Sua veneração se mantém até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam, e expandiram o seu culto.

MÁXIMO DE JERUSALÉM

Bispo, Santo
† 351

5 de Maio

Máximo foi o terceiro bispo de Jerusalém. Sucedeu a são Macário em 331. São Máximo, antes do episcopado, notabilizara-se como cristão perfeito, sofrendo as perseguições que em 303 se levantavam contra a Igreja. Durante esta, perdeu o olho direito e foi provavelmente mutilado na perna direita. São Macário nomeou-o bispo de Dióspolis, mas o povo pediu que ficasse em Jerusalém, o que aconteceu, vindo naturalmente a suceder a são Macário, quando este faleceu em 331.

Sabe-se que ordenou sacerdote são Cirilo de Jerusalém, pregador exímio e grande evangelizador dessa época remota, o qual viria mais tarde a suceder-lhe, visto que o seu “talento e eloquência o designaram de maneira natural aos sufrágios do clero e do povo quando a morte de Máximo tornou vaga a sede episcopal” de Jerusalém no ano 351.

Com a ciência e a santidade, Máximo contribuíra para as decisões do primeiro Concílio de Niceia, celebrado no ano de 325. Posteriormente, contribuiu também para o concílio particular celebrado em Tiro, em 335, onde santo Anastásio foi condenado, condenação da qual Máximo rapidamente se arrependeu.

O zelo de são Máximo reuniu em Jerusalém todos os bispos da Palestina, a fim de assistirem à sagração da imponente basílica mandada edificar pelo imperador Constantino. Durante esta celebração, são Máximo reabilitou santo Anastásio, introduzindo-o assim na comunhão da Igreja.

Em 348 ou 349, sob a influência de Acosse de Cesareia, foi deposto do seu cargo. Governou durante vinte anos a Igreja de Jerusalém, e mereceu que são Jerónimo o elogiasse.

Foi substituído por são Cirilo, sacerdote que ele mesmo ordenara.
No meio do seu rebanho, e cheio de méritos, descansou no Senhor no ano de 351.

FLORIANO DE MANTEM

Militar, Mártir, Santo

século IV

4 de Maio

O mais antigo registro sobre Floriano foi encontrado num documento de doação datado do século VIII, através do qual o presbítero Reginolfo oferecia para a Igreja algumas propriedades de terras dentre as quais, “as do lugar aonde foi enterrado o precioso mártir Floriano”.

Floriano viveu na cidade de Mantem, próxima de Kems, Alemanha. Nesta época, Diocleciano era o imperador e Aquilino o comandante do exército romano, na região do Danúbio, actual Áustria, onde existiam numerosas colónias do Império e vários batalhões de soldados que faziam sua defesa. Floriano era um militar desses batalhões.

Os legionários romanos cristãos foram muito importantes, porque levaram a fé de Cristo às regiões mais remotas do Império Romano, pagando por esta difusão com a própria vida. Famosos e numerosos foram os mártires que pertenceram a essas legiões, mortos sob a perseguição do imperador Diocleciano, no início do século IV. De entre eles encontramos Floriano e seus companheiros.

Diocleciano foi imperador de grande energia, estadista de rara habilidade e inteligência, mas se tornou um fanático inimigo da Igreja. Desencadeou a mais longa e duradoura perseguição contra ela, na intenção de varrer todos os vestígios do cristianismo. Contava, para isto, com a ajuda de seu genro Galério, colega nas armas e no domínio do Império.

Foi dele o decreto que proibia qualquer tipo de culto cristão. Exigia que todos os livros religiosos, começando pela Bíblia Sagrada, fossem queimados e ampliou a perseguição para dentro do seu próprio exército. Os soldados eram obrigados a prestar juramento de fidelidade ao imperador e levar oferendas aos ídolos, sob pena de morte.

Muitos militares recusaram obedecer a ordem do imperador e foram executados. Um deles foi Floriano, acompanhado por mais quarenta companheiros. Eles apresentaram-se ao comandante Aquilino do acampamento de Lorch, Áustria, para comunicar que eram cristãos e que não poderiam servir ao exército do imperador. Por este motivo foram presos.

Durante o processo de julgamento nenhum deles renunciou a fé em Cristo. Foram condenados a serem lançados no rio Ens, com uma pedra amarrada no pescoço. A sentença foi executada, no dia 4 de Maio de 304. O corpo de Floriano foi recolhido por uma senhora cristã, que o sepultou. No século VIII, a sua veneração foi oficialmente introduzida na Igreja pelo Martirológio Romano, que manteve esta data para a festa litúrgica.

No local da sua sepultura construíram um convento beneditino. Mais tarde, passou para os agostinianos, que difundiram a sua memória e de seus companheiros. O seu culto se popularizou rapidamente na Áustria e na Alemanha, onde os fiéis recorrem a ele pedindo protecção contra as inundações. Por esta sua tradição com a água, ao longo do tempo São Floriano tornou-se o protector contra os incêndios e padroeiro dos bombeiros.

ANTONINA DE NICEIA

Mártir, Santa
século IV

4 de Maio

Os Padres do Concílio de Niceia
Antonina é o feminino do antigo nome latino Antonius, derivado provavelmente do grego Antionos, que significa "nascido antes". É um dos nomes mais difundidos entre os povos latinos, que ganhou muitos adeptos entre os cristãos. Mas, antes de Cristo, era muito comum também.

Hoje festejamos a santa mártir Antonina, que morreu em Niceia, na Bitínia, actual Turquia, no final do século III. No Martirológio Romano, ela foi citada três vezes: dia 01 de Março, 04 de Maio e 12 de Junho, e cada vez de maneira diferente, como se fossem três pessoas distintas. Vejamos porque.

No século XVI, o cardeal e bibliotecário do Vaticano, César Barónio, unificou os calendários litúrgicos da Igreja, a pedido do Papa Clemente VIII, com os Santos comemorados em datas diferentes no mundo cristão. A Igreja dos primeiros séculos foi exclusivamente evangelizadora. Para se consolidar adaptava a liturgia e os cultos dos Santos aos novos povos convertidos. Muitas vezes, as tradições se confundiam com os fatos concretos, devido aos diferentes idiomas, mas assim mesmo os cultos se mantiveram.

O trabalho de Barónio, foi chamado de Martirológio Romano, uma espécie de dicionário dos Santos da Igreja de Cristo de todos os tempos. Porém, ele ao lidar com os calendários: egípcio, grego e siríaco, que comemoravam santa Antonina em datas diferentes, não se deu conta que as celebrações homenageavam sempre a mesma pessoa. Isto porque o nome era comum e os martírios, descritos de maneira diversa entre si.

O calendário grego dizia que ela foi decapitada, o egípcio, que foi queimada viva e o siríaco, que tinha morrido afogada. Mais tarde, o que deu luz aos fatos foi um código Geronimiano do século V, confirmando que apenas uma mártir tinha morrido em Niceia, com este nome.

Antonina sofreu o martírio no século IV, durante o governo do sanguinário imperador Diocleciano, na cidade de Niceia. Ela foi denunciada como cristã, presa e condenada a morte. Mas antes a torturaram de muitas maneiras. Com ferros em brasa, lhe queimaram as mãos e os pés. Depois, foi amarrada e colocada numa pequena cela com o chão forrado de brasas, onde ficou por dois dias.

Voltando ao tribunal não renegou sua fé, foi então fechada dentro de um saco e jogada no fundo de um lago pantanoso na periferia de Niceia. Era o dia 04 de Maio de 306, data que foi mantida para a veneração de Santa Antonina, a mártir de Niceia.