Noviço cisterciense, Santo(1911-1938)
Monge espanhol canonizado domingo, 11 de Outubro de 2009 pelo Papa Bento
XVI.
Nasceu em Burgos
(Espanha) em 1911. Ali mesmo foi à escola com os padres jesuítas. Depois
começou a estudar na Escola Superior de Arquitectura de Madrid. Seus tios, os
duques de Maqueda, influenciaram no crescimento de sua fé.
Em 1932 realizou
alguns exercícios espirituais onde descobriu que Deus lhe pedia que se fizesse
monge trapista. Tinha 23 anos quando foi aceito no mosteiro de São Isidro de
Dueñas. Ali viveu uma vida monacal cheia de alegria no meio de sacrifícios e
abnegações, onde, segundo ele, cada dia tinha um encanto diferente.
Passava horas
escrevendo cartas, para sua mãe, tios e vários amigos. Compartilhava nelas suas
experiências interiores: “esta vida, que
pode parecer monótona, para mim tem tantos atractivos que não me canso momento
algum. Cada hora é diferente pois ainda que exteriormente sigam iguais,
interiormente não o são como não são iguais todas as missas”.
Com docilidade, o
irmão Rafael soube aceitar os misteriosos desígnios de Deus. No momento mais
feliz de sua vida sua saúde se alterou. A febre aumentava e por isso o enviaram
de regresso a casa de seus pais. Com o coração partido de dor deixou o
mosteiro. Saiu e entrou em três ocasiões até que se reincorporou em 1937. Foi a
última vez que viu sua família.
Morreu em 26 de
abril de 1938 de um coma diabético. Nos últimos dias reflectia sobre o mistério
da dor como ponto de união com a Eternidade: “o meu centro é Deus e Deus crucificado. Meu centro é Jesus na cruz.
Agarrado a meu crucifixo quero morrer. O fim é a eterna procissão do dia. Do
céu mas isso será no céu”.
Modelo para a juventude
João Paulo II o
propôs como modelo de santidade na Jornada Mundial da Juventude em Santiago de
Compostela em 1989.
Comentários e
escritos ricos de espiritualidade, e por sua vez simples e cheios de sentido do
humor. Uma atitude dócil e abnegada frente à enfermidade são alguns elementos
que refletiram a alma enamorada de Deus do beato Maria Rafael Arnais Barón,
canonizado no domingo 11 de outubro, na praça de São Pedro por Bento XVI.
Dele disse Bento XVI
“À figura do
jovem que apresenta a Jesus o seu desejo de ser algo mais do que um bom
cumpridor dos deveres que impõe a lei, retornando ao Evangelho de hoje, faz de
contraluz o Irmão Rafael, hoje canonizado, falecido aos vinte e sete anos como
Oblato na Trapa de San Isidro de Dueñas. Ele também era de uma família abastada
e, como ele mesmo disse, de “alma um pouco sonhadora”, cujos sonhos porém não
se desvaneceram diante do apego aos bens materiais e a outras metas que a vida
do mundo propõe às vezes com grande insistência. Ele disse sim à proposta de
seguir Jesus, de maneira imediata e decidida, sem limites nem condições. Deste
modo, iniciou um caminho que, a partir do momento em que se deu conta no
Mosteiro de que “não sabia rezar”, o levou em poucos anos ao ápice da vida
espiritual, que ele retrata com grande simplicidade e maturidade em numerosos
escritos. O Irmão Rafael, ainda muito próximo de nós, continua a oferecer-nos
com o seu exemplo e as suas obras um percurso atractivo, especialmente para os
jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram à plena verdade, à mais
indizível alegria, que se alcançam através do amor de Deus. “Vida de amor...
Está aqui a única razão de viver”, diz o novo Santo. E insiste: “Do amor de
Deus nasce tudo”. Que o Senhor ouça benigno uma das últimas orações de São
Rafael Arnáiz, quando lhe entregava toda a sua vida, suplicando: “Toma-me a mim
e doa-Te a Ti ao mundo”. Que se doe para reanimar a vida interior dos cristãos
de hoje. Que se doe para que os seus Irmãos da Trapa e os centros monásticos
continuem a ser esse farol que faz descobrir o íntimo anseio de Deus que Ele
pôs em cada coração humano”.
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