Bispo Carmelita e Patriarca Latino de
Constantinopla
(século XIV)
Nasceu, segundo
registros antigos, em Salimaso de Thomas, diocese de Sarlat; outros creem que
talvez tenha sido em Lebreil, parte do município de Salas de Belvés (Dordonha).
Seu pai era agricultor; empenhou-se a estudar em Monpazier, vivendo da caridade
e ensinando aos outros mais jovens. Foi a Agen e voltou a Monpazier em 1325.
Atraído pela Ordem do Carmelo, estudou um ano em Leitora e, aos 21 anos de
idade, ingressou na Ordem, fazendo o noviciado em Cordom ou Bergerac.
– Actividade
Diplomática como Conciliador de Conflitos
e Representante do Santo Padre
e Representante do Santo Padre
Conhecido por sua
habilidade diplomática e sua oratória, ajudou aos Papas seguintes como seu
representante, intentando resolver conflitos entre reis cristãos, a unificação
das Igrejas Católica e Ortodoxas e a união para combaterem contra os muçulmanos.
Foi delegado
papal em negociações com Génova (1352, para conseguir a paz com Veneza), Milão
e Veneza. Em 1354 foi nomeado bispo de Patti e Lipari e representou o papa na
coroação de Carlos IV de Luxemburgo. Em Sérvia, em 1356, intentou acalmar o
conflito entre Veneza e Hungria.
Entre 1357 e 1359
foi enviado a Constantinopla, onde recebeu o apoio de nobres e do próprio João
V Paleólogo para a unificação das Igrejas Católica e Ortodoxa. Foi a Chipre e
empreendeu uma peregrinação à Terra Santa, voltando depois à Sicília e Chipre.
Em 1359 foi enviado com as tropas como Delegado Universal à Igreja do Oriente e
bispo de Corinto, com a mesma missão de combater aos turcos, aliado com Veneza,
Chipre e os cavaleiros da Ordem de Malta. Em Chipre, coroou Pedro I de Chipre
como rei de Jerusalém.
Concebe a ideia
de uma nova cruzada e marcha para pedir ajuda ao Ocidente, aproveitando para
por paz em um conflito entre Milão e Roma. Em 1363 foi nomeado arcebispo de
Creta e, em maio de 1364, Patriarca Latino de Constantinopla (era um título
simbólico, sem jurisdição real) e legado papal de Urbano V, sucedendo ao
cardeal Talleyrand. Nesse mesmo ano foi cofundador da Faculdade de Teologia da
Universidade de Bolonha. Preocupou-se em consolidar a paz entre os reis
cristãos e de trabalhar pela união das Igrejas, convertendo-se em um precursor
do ecumenismo. Entre suas missões diplomáticas, levou uma vida austera e
modelar, preocupado pela evangelização dos povos e a caridade para com os mais
necessitados.
Apesar dos altos
cargos que exerceu, nas suas viagens Frei Pedro Tomás procurava sempre, como
residência, os conventos dos seus irmãos carmelitas, vivendo ali como irmão e
com os irmãos de Nossa Senhora do Carmo a vida normal da comunidade, segundo a
Regra.
Com Pedro I de
Chipre, participou na cruzada contra Alexandria em outubro de 1365, que foi
tomada, porém, imediatamente abandonada, por medo de um contra-ataque turco. A
tradição diz que em um dos ataques das tropas cristãs o bispo foi ferido com
uma flecha e morreu em Chipre três meses depois, em 6 de janeiro de 1366. Por
isso era tido como “mártir”.
Na realidade,
voltou a Famagusta são e salvo, porém, enquanto preparava uma viagem até Roma,
enfermo “de um catarro” e muito magro (“reduzido a pele e ossos”, conforme
relatos da época), morreu em um convento carmelita de sua cidade no dia 6 de
Janeiro de 1366. Apesar de ser bispo pediu que o levassem para sua última
morada vestido com o hábito da Ordem.
– Devoção a
Nossa Senhora
Era muito devoto
de Nossa Senhora. Amou tanto Nossa Senhora que parece trazia no coração o seu
nome. Foi um dos mais ardorosos defensores da Imaculada Conceição de Maria
Santíssima. A ele se atribui o tratado “De Immaculata Conceptionis” em quatro
volumes de sermões. É dele a profecia inspirada pela Virgem Maria de que a
Ordem do Carmo durará até o fim dos tempos.
– Veneração
Rapidamente
começaram os relatos de milagres em seu túmulo, no convento carmelita de
Famagusta. Fala-se também de uma claridade que envolvia seu cadáver exposto ao
público em seu funeral.
Em maio de 1366,
quatro meses após sua morte, descobriu-se que seu corpo ainda estava incorrupto
e Pedro de Chipre pediu sua canonização a Urbano V. O Papa proibiu o translado
do corpo do santo bispo durante dez anos, ainda que este houvesse pedido que
seu corpo fosse transladado para Bergerac. Pouco depois, Philippe de Mézières
escreveu sua vida, base de sua posterior hagiografia.
Os seus esforços
pela promoção e consolidação da unidade da Igreja Oriental fazem deste santo do
séc. XIV um precursor do ecumenismo e um verdadeiro “apóstolo da unidade da
Igreja”.
A conquista turca
de Chipre em 1571 e o terremoto de 1753 acabaram com o rastro do santo em
Chipre. Em 1609, a Santa Sé autorizou a festividade de Pedro Tomás entre os
carmelitas, que foi confirmado por Urbano VIII em 1628; formalmente não foi
canonizado. Em Lebreil, se levantou uma capela sobre a casa que se crê que
nasceu, porém, foi derrubada durante a Revolução Francesa. Foi restaurada em
1895 como santuário em sua memória.
Fonte : https://carmelitas.org.br/index.php/2020/01/08/hoje-e-dia-de-sao-pedro-tomas/
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